Administrador da CV Interilhas reconhece necessidade de melhorar a prestação e qualidade dos serviços dos transportes marítimos 

5/02/2024 11:09 - Modificado em 5/02/2024 11:09

O administrador da concessionária dos transportes marítimo CV Interilhas reconheceu a necessidade de melhorar a prestação e qualidade do serviço, salientando que o pagamento da dívida por parte do Governo irá permitir a empresa apostar em mais investimentos.

Em jeito de balanço do ano de 2023 e perspectivas para 2024, Fernando Braz de Oliveira lembrou em entrevista à Inforpress, que foi assinado com o Governo em 2023 um contrato que permitiu a empresa optimizar o modelo operacional e a exploração dos navios e por conseguinte melhorar as condições de serviço público.

“2023 marcou essa transição em que deixamos de ser um serviço um pouco desorganizado, sem horários, regras para um serviço optimizado em termos de horários, das linhas que fazem a CV Interilhas e garantimos ao passageiro uma regularidade de serviço de transportes marítimos de passageiros e de carga. E isso foi o marco para melhorarmos esse serviço e transformamos um serviço que era centrado na operação, num serviço centrado nos clientes”, afirmou.

Neste momento, precisou, a empresa tem quatro navios à sua disposição, frisando que o modelo operacional da ligação interilhas funciona com base em três navios, nomeadamente o navio dona Tututa, Kriola e Chiquinho, acrescentando que o navio Liberdadi é utilizado como reforço para determinadas circunstâncias de avaria, mas que o mesmo não tem respondido às demandas.

Fernando Braz de Oliveira salientou que entende as críticas que muitas vezes são feitas pelos clientes sobre a prestação de serviço dos transportes marítimas, desde que as mesmas sejam construtivas, frisando, no entanto, que o mar é um ambiente adverso às operações, que exige das tripulações e SC engenharia um esforço muito grande para manter o nível operacional e que os recursos são sempre escassos.

“Se eu pudesse tinha um navio para cada cabo-verdiano. Infelizmente são os recursos que temos e daquilo que é exigido a Cabo Verde Interilhas, é que ela saiba gerir esses recursos da melhor maneira”, afirmou salientando, entretanto, que o objectivo principal da concessionária é sempre o cliente.

“Não dominamos as condições meteorológicas e oceanográficas, que impedem muitas das vezes os comandantes de operarem em segurança e portanto, aquilo que tentamos sempre com os meios que temos, garantir que pelo menos levamos até ao limite da segurança, o cumprimento daquilo que nos responsabilizamos perante o Governo e cada cidadão”, reforçou.

Fernando de Oliveira destacou o potencial de oportunidades em Cabo Verde no desenvolvimento das soluções que promovam melhorias da coesão territorial, indicando que em 2024 a CV Interilhas quer apostar em mais investimentos com destaque para a aquisição de navios.

Admitiu a necessidade de melhorar a prestação e qualidade do serviço, salientando que o pagamento da dívida por parte do Governo irá permitir à empresa apostar em mais investimentos.

“A CV Interilhas não tem cumprido bem a sua missão e por isso que todos os dias temos e tentamos junto dos nossos clientes perguntar onde é que estamos a falhar e como é que podemos melhorar. Servimos bem? Não. Podemos servir melhor? Sim, podemos”, reconheceu, considerando por outro lado 2024 como o ano de grandes desafios.

A mesma fonte adiantou ainda que a referida empresa tem tido um diálogo aberto, franco e em estreita colaboração com o Governo porque existem contas de 2021, 2022 e 2023 que rondam os 10 milhões de euros, cuja resolução da dívida permitirá cumprir os objectivos traçados, visando melhorar a qualidade do serviço dos transportes interilhas.

“Essa verba vai nos permitir investir em melhores capacidades e condições para os navios e operação logística para todo este investimento em Cabo Verde. Essa verba vai nos permitir no plano de investimentos em investirmos eventualmente na aquisição desses dois navios catamarans e depois que adquirirmos esses navios fazer uma modernização adequando os navios às operações em Cabo Verde. Temos investimentos nos centros logísticos, formação do pessoal do mar e entre outros”, adiantou.

Questionado, por outro lado, sobre as receitas da CV Interilhas em 2023 disse que o balanço é positivo e que os dados serão disponibilizados brevemente, permitindo assim conhecer os valores apurados

Inforpress/Fim

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