Apesc destina prémio de 850 mil escudos para auxiliar tratamento de 52 pescadores com “doença do mergulho”

18/01/2024 17:28 - Modificado em 18/01/2024 17:28

 A Associação dos Armadores de Pesca de Cabo Verde (Apesc) pretende usar os 850 mil do Prémio Garantia Comunidades na compra de duas câmaras de descompressão para auxiliar o tratamento de 52 pescadores vítimas da doença do mergulho.

Na cerimónia de receção do troféu, que aconteceu hoje na Biblioteca Municipal, em São Vicente, o presidente da Apesc, Susano Vicente, garantiu que as câmaras de descompressão serão colocadas nos dois hospitais centrais do país, na Praia e no Mindelo, para ajudar a tratar estes casos.

“São dois equipamentos fundamentais para combater esta doença e a nossa perspectiva é, no horizonte de dois ou três anos, fazer com que os dois principais hospitais centrais, Hospital Baptista de Sousa e Hospital Universitário Agostinho Neto tenham duas câmaras, uma cada, e com técnicos especializados para dar vazão a esta problemática”, assegurou Susano Vicente.

Esta doença, também conhecida como doença da descompressão, aflige muitos mergulhadores durante mergulhos de profundidades e em Cabo Verde, a Apesc já identificou dezenas de casos, sendo o despreparo a grande causa do problema.

“Muitos mergulhadores mergulham sem uma técnica específica, que a prática requer, mergulham sem preparação e acabam por contrair a doença, em mergulhos a grande profundidade e com a compressão, o oxigénio e o nitrogénio acabam por diluir no sangue e com a rápida subida, acabam tendo este problema, que leva a paraplegia também”, explicou o presidente da Apesc.

Situação que, conforme disse, requer uma atenção especial do Estado e da sociedade civil, pois leva à invalidez e deficiência de muitos destes trabalhadores do mar.

Outro dos projetos vencedor do concurso é da Associação Soluz que, segundo José Dias, em representação do projeto, quer com o prémio desenvolver um projeto para facilitar a possibilidade de fisioterapia ao domicílio, a crianças com mobilidade muito reduzida.

Ainda, haverá a possibilidade de pagamento de transporte para crianças irem ao encontro de fisioterapeutas para realizarem os tratamentos.

“Temos 12 beneficiários de fisioterapia ambulatório e oito ao domicílio, que completam o total de 20 crianças que serão beneficiadas nesta primeira fase”, esclareceu José Dias, que assegurou ainda que a intenção é alcançar novos parceiros para abranger outros beneficiários.

Neste momento, a associação tem inscritas todas as crianças do Centro de Acolhimento de Crianças com Necessidades Especiais, da Canalona, e outras que não possuem a possibilidade de tratamento no centro.

A III edição do Prémio Garantia Comunidade tem como objetivo a promoção do desenvolvimento do terceiro se tor através do apoio a organizações não governamentais e outras instituições sem fins lucrativos que desenvolvam a sua atividade nas áreas de inclusão social de pessoas com deficiência e prevenção em saúde, “com especial foco na Infância”.

Segundo o administrador Luís Leite, houve 12 candidatura e delas cinco foram escolhidas, com prémios que estão entre os 500 mil escudos e os mil contos, pois “mais do que o comercial”, a seguradora trabalha com a vida das pessoas.

“Somos uma seguradora que vende segurança à vida e ao património material e faz sentido a par de poderes públicos nós também tentarmos juntar a nossa voz e patrocinar prémios que tenham a ver com a prevenção da saúde”, declarou Luís Leite, na cerimónia de entrega dos dois prémios no Mindelo.

Este prémio, que passará a ser bianual, terá uma pausa em 2024 para ajustar o regulamento, que é “demasiado exigente” e cria dificuldades às associações no momento da apresentação das suas candidaturas.

Os três últimos prémios serão entregues na Cidade da Praia à Associação Colmeia, Liga Nazarena e Associação São Francisco Xavier, no final do mês.

Inforpress/Fim

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