Boa Vista: Populares “revoltados” com a recorrente falta de combustíveis na ilha

11/01/2024 16:56 - Modificado em 11/01/2024 16:57

Os condutores denunciaram hoje a falta de combustíveis na Boa Vista, indicando que há vários dias não se consegue adquirir estes bens nos habituais postos de venda.

Para denunciarem a situação, “revoltados e agastados”, os condutores convocaram a comunicação social.

No posto de combustível da Enacol, conforme contou Dicha Sousa, hoje pela segunda vez consecutiva voltou a tentar adquirir uma botija de gás de 12 quilos, onde, sublinhou, o cenário repete-se há vários dias, com pessoas sentadas ao pé do abastecimento para tentar abastecer com o mesmo bem.

Segundo relatou, existem botijas de gás, mas estão a ser vendidas só para alguns.

“Apesar de no estabelecimento de vendas afirmarem que não há botijas de gás, vimos pessoas que conseguiram compra sem nenhum problema”, denunciou.

A cliente contou ainda que, após várias tentativas de abordar o gerente do posto de abastecimento sobre o assunto, o responsável ignorou-a, dando-lhe as costas, tendo posteriormente chamado polícia para dispersar as pessoas que se encontravam no largo, na tentativa de adquira uma botija de gás.

“Não trocam por abuso, por pura corrupção. Confiamos na empresa o contrato do gás. Estão todos aqui neste impasse por causa de pessoas que fazem má distribuição do gás”, asseverou.

Alertou para a necessidade de pôr fim a situações do género na ilha”, no caso concreto a “favoritismo a pessoas que não se encontram na fila para a referida aquisição”.

Outro cliente, Amadu Ba, proprietário de uma padaria, narrou que vai fazer um ano que vem solicitando, por várias vezes, ligação de gás de 55 quilos, para alimentar o seu o seu negócio, mas lamenta que até ainda aguarda por uma resposta.

Diz ter inclusive licença na câmara municipal e ter sido feito vistoria ao estabelecimento por um funcionário da Enacol.

“Aqui está mal-organizado ainda, precisam mudar este sistema. Questionaram a licença dada pela autarquia local, enfim, prefiro não responder para não entrar em conflito com o gerente”, lastimou, verificando que também ainda não conseguiu nem sequer adquirir a botija de 12 quilos que disse ser insuficiente para o género de negócio.

Por outro lado, os condutores de Hiaces, taxistas, entre outros profissionais da área, dizem-se “prejudicados com a falta de combustível”, alegando que “quando não há combustível na ilha não conseguem trabalhar”, uma situação “recorrente”, segundo denunciaram.

“Já fiquei algumas vezes sem conseguir fazer fretes, parado por falta de combustível para trabalhar. A situação está péssima, é muito complicada”, disse Dino Tavares, que ganha vida ao volante de uma carinha Hiace.

Outro profissional da área, Zé Espanhol, descreveu que tem havido momentos que, devido a falta de combustível, viu-se impossibilitado de trabalhar.

“É preciso mudar a situação que considero uma falta de respeito”, disse, questionando “quem é que vai assumir o prejuízo quando ficam paralisados”.

“Para nós que trabalhamos de manhã, à tarde vamos tentar nos abastecer de combustível, não conseguimos, voltamos no dia seguinte e até ao final do dia ficamos na mesma. Quase todos os dias há falta de combustível e quando houver, existem filas de carro como se fosse num chafariz para apanhar água”, indicou Dany Tavares.

A Inforpress contactou o gerente da Enacol, mas o responsável que não se disponibilizou em prestar quaisquer declarações à comunicação social.

Inforpress

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