Ilha do Sal: Delegado de saúde alerta para perigo das “iscas” colocadas nas ruas para envenenar cães e gatos

11/01/2024 11:59 - Modificado em 11/01/2024 11:59

O delegado de Saúde do Sal alertou hoje para o perigo que constituem as chamadas “iscas” que estão sendo colocadas nas ruas para envenenar cães e gatos.

José Rui Moreira fez este alerta depois de vir à tona mais uma onda de envenenamento de animais na via pública por toda ilha do Sal, revoltando as pessoas e organizações não governamentais de protecção animal na ilha.

Conforme o delegado, além de desumano, esse é um método muito perigoso que pode ser tocado por qualquer pessoa principalmente por crianças que muitas vezes estão na rua brincando.

“O método de envenenamento é sempre perigoso, porque além de desumano é uma forma inadequada de sacrificar os animais e que tem um perigo porque o veneno que está sendo usado normalmente é colocado em alimentos que crianças ou pessoas sem discernimento podem tocar ou ingerir”, explicou.

Segundo a mesma fonte a dose que devem estar ministrando pode matar outros animais ou então até mesmo os animais envenenados podem conseguir chegar em casa e levar o veneno.

“Portanto, qualquer atitude com os animais por questões de combate ao aumento da população canina ou felina, deve ser feito por autoridades competentes, mas através de métodos adequados para tal”.

José Rui Moreira alertou e apelou às pessoas a manterem os seus animais em lugares adequados, para evitar tais situações mas também para evitar ataques de cães a pessoas que têm sido constantes e preocupantes na ilha.

“Temos tido muitos ataques lamentáveis de cães a turistas e a outras pessoas que chegam num estado crítico por causa de cães soltos pelas ruas, principalmente em Santa Maria, mas além do perigo de ataques constituem também outros problemas para saúde pública”, concluiu.

A Câmara Municipal do Sal uma vez mais já pronunciou sobre o acto que considera “muito delicado”, “bárbaro” e desnecessário já que a edilidade tem vindo a trabalhar no combate ao aumento da população canina na ilha pelas vias legais e que respeita também os direitos dos animais.

“A câmara municipal adoptou uma política de gestão ética canina e por isso assinou em 2020 a carta da aliança com o Movimento Civil para comunidades Responsáveis (MCCR), juntamente com outros municípios do País, em que a câmara municipal adopta uma gestão canina baseada unicamente na esterilização e adopção responsável”, salientou o técnico da área o engenheiro Carlos Xavier.

“Desde do inicio a câmara municipal posicionou-se contra este acto bárbaro e nunca vai adoptar este método insustentável, porque abate de animal deve ser feito tecnicamente através da eutanásia, quando extremamente necessário, e por uma profissional veterinária capacitada para tal”, explicou Xavier.

Desde Agosto passado que organizações não governamentais de protecção animal na ilha do Sal têm vindo a denunciar casos de envenenamento de animais na via pública, ultrapassando já mais de meia centena de animais mortos.

De ressaltar que o envenenamento de animais configura um crime, conforme estabelecido pelo Código Penal no Artigo 372º – B, que trata dos maus tratos a animais de companhia. Este acto é passível de punição com até dois anos de prisão ou multa, podendo atingir até 240 dias”.

Inforpress/Fim

Comente a notícia

Obrigatório

Publicidades
© 2012 - 2024: Notícias do Norte | Todos os direitos reservados.