Estado de Cabo Verde inicia privatizações com venda de participação na Caixa

4/01/2024 11:57 - Modificado em 4/01/2024 12:01

O Governo cabo-verdiano vai lançar uma Operação Pública de Venda (OPV) de 27,44% da participação social detida pelo Estado na Caixa Económica de Cabo Verde (CECV), dando início à agenda de privatizações, foi hoje anunciado.

Em comunicado, o Governo de Cabo Verde avançou que o ato de lançamento da Operação Pública de Venda (OPV) de 27,44% da participação social detida na Caixa, na Bolsa de Valores de Cabo Verde, vai ser realizado em 10 de janeiro.

O período de venda das ações será entre as 08:30 locais do dia 11 de janeiro e as 15:00 do dia 23 de fevereiro.

O preço de venda das ações é de 4.080 escudos/ação (37 euros/ação) e poderão ser subscritas através da plataforma Blu-X, na Bolsa de Valores, ou nos principais bancos comerciais da praça.

Com esta operação, o Governo referiu que o objetivo é que o Estado deixe “de ser um agente ativo para se tornar um agente regulador”.

“O processo de alienação parcial das ações da Caixa foi planeado de forma a assegurar a transparência, em linha com as regras do mercado de valores mobiliários, aplicação das melhores práticas internacionais, boa governança e garantia da participação do setor privado e da sociedade civil”, referiu o executivo.

Também salientou que a operação visa promover o desenvolvimento económico, a competitividade, o emprego e o crescimento, o fortalecimento do ambiente de negócios no arquipélago.

“Sendo a Caixa uma instituição cotada em bolsa, a alienação da participação social desta confere oportunidade de investimento para as famílias no país e na diáspora, para diversificar a carteira de investimento e fomento da poupança”, segundo a mesma fonte.

A Caixa é um dos maiores bancos do setor bancário cabo-verdiano, com um ativo líquido de 3.503.409 milhares de escudos (31.773 milhares de euros), fundos próprios a atingirem 7.388.464 milhares de escudos (67.006 milhares de Euros) e rácio de solvabilidade a situar-se nos 24,30%, em 30 de setembro de 2023, apresentando “grande solidez económico-financeira”.

Em 2022, o banco contava com 38 agências/balcões e três delegações, tinha 355.566 clientes e 371 trabalhadores e registou um novo lucro recorde de 11,1 milhões de euros, um aumento de 27% face a 2021, segundo a instituição.

Segundo o Governo, em 2022 a Caixa foi também considerada “o banco mais digital do setor”, sendo também detida pelo Instituto Nacional de Previdência Social, com 47,21%, e pela empresa pública Correios de Cabo Verde, com uma participação de 15,14%, enquanto outros subscritores e colaboradores têm 10,21% das ações.

A agenda de empresas passíveis de privatização, alienação parcial, concessão e parcerias público-privadas incluiu ainda empresas ligadas às operações portuárias, setor farmacêutico, gestão de carga aeroportuária, água, eletricidade, telecomunicações, setor energético e transportes.

Lusa/Fim

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