Director-adjunto da Cosmar aponta narcotráfico como umas das maiores preocupações a nível da segurança marítima

18/12/2023 18:11 - Modificado em 18/12/2023 18:11

O director-adjunto do Centro de Operações de Segurança Marítima (Cosmar), Ricardo Dias, reconheceu hoje que apesar de Cabo Verde estar bem posicionado, a problemática do narcotráfico representa uma das maiores preocupações a nível da segurança marítima.

Ricardo Dias fez estas afirmações à imprensa, à margem da conferência alusiva a celebração do décimo aniversário do Acordo de Yaoundé, sob o lema, “Impactos do Processo de Yaoundé na Segurança e Protecção no domínio marítimo da CEDEAO”, realizada hoje na Universidade de Cabo Verde.

Apontou outras preocupações ligadas à pesca ilegal e ao trafico humano, referindo que Cabo Verde tem estado atento a este fenómeno.

“Como sabemos temos as pirogas que saem da costa ocidental africana com destino à Europa e temos a pesca ilegal não regulamentar e não declarada. Com os sistemas que temos conseguimos fazer a monotorização contínua dos navios que fazem pesca ilegal em Cabo Verde, mas não temos nenhum caso específico de grandes frotas que fazem a pesca ilegal em Cabo Verde”, afirmou, anunciando para breve a instalação do Centro Multinacional de Coordenação Marítima Zona G.

Frisou, no entanto, que os desafios a serem ultrapassados visando garantir a segurança marítima são enormes, mas que o Cosmar está sempre atento aos navios que transitam no espaço marítimo nacional.

Ricardo Dias lembrou ainda que a segurança marítima não é uma questão que é tratada de forma individual, mas sim partilhada, tendo referido que os países com maior capacidade têm apoiado Cabo Verde nesta matéria.

“A nível dos sistemas e monotorização temos sistemas capazes de detectar qualquer navio que esteja a transitar na nossa zona económica exclusiva e também temos a questão da segurança cooperativa que o Governo de Cabo Verde tem focado muito. Somos um Estado pequeno, não temos meios operacionais suficientes então temos países amigos que nos vêm apoiar na cobertura da nossa zona”, disse.

O Cosmar é um órgão interagências de execução de serviços, com uma estrutura flexível e dinâmica, ao qual incumbe assegurar o planeamento e a execução de operações no domínio da segurança marítima nos mares sob jurisdição nacional e na zona económica exclusiva.

A funcionar junto ao Comando da Guarda Costeira, constitui mais um instrumento de coordenação na condução de operações de combate às diversas formas de actos ilícitos no espaço marítimo.

Foi criado devido ao efeito das novas ameaças, a intensificação do crime organizado transnacional e a nocividade dos seus efeitos a nível mundial, pois mostrou-se necessário o reforço da segurança marítima com vista à prevenção e repressão de acções potencialmente lesivas do interesse das nações, tomada de medidas políticas no quadro da segurança cooperativa e a criação de uma estrutura capaz de monitorizar toda a nossa área de responsabilidade, protegendo-o da prática de todas as actividades ilícitas.

Inaugurada em 2010, o Cosmar foi financiado pelo Governo dos Estados Unidos da América ao abrigo de um Acordo de Doação no domínio da Segurança Marítima e Programas de Apoio à Luta contra o Narcotráfico, assinado entre o Ministério da Defesa Nacional e o Departamento da Defesa Norte Americano.

Inforpress/Fim

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