Exportações de conservas e peixe de Cabo Verde têm aumento de 750% em janeiro

10/04/2023 18:42 - Modificado em 10/04/2023 18:42

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As exportações de conservas e peixe congelado de Cabo Verde cresceram cerca de 750% em janeiro de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando mais de 417 milhões de escudos, de acordo com dados do Banco de Cabo Verde. A venda desses produtos representa cerca de 80% das exportações do país.

“Esse desempenho, o valor mensal mais alto em mais de um ano, representa um crescimento de 745% face aos 49,3 milhões de escudos no primeiro mês de 2022”, afirma o relatório estatístico do Banco de Cabo Verde, conforme a Lusa.

As exportações de conservas e peixe congelado de Cabo Verde tiveram uma queda de 9,5% em 2022 em comparação com o ano anterior, totalizando 3.796 milhões de escudos. Contudo, a aprovação de um novo pedido de derrogação da União Europeia para as regras de origem preferencial ajudou o país a manter a competitividade no mercado internacional.

“Sem a aprovação do novo pedido de derrogação desde 2020, as exportações cabo-verdianas de conservas teriam encargos aduaneiros, colocando em causa a sobrevivência do setor”, diz o relatório.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde, a Espanha é o maior comprador dos produtos cabo-verdianos, com mais de 60% da quota de mercado. A indústria conserveira em São Vicente é responsável por grande parte da produção.

“A Comissão Europeia aprovou em junho de 2021 uma derrogação de três anos das regras de origem preferencial nas conservas de filetes de atum, sarda, cavala e judeu por Cabo Verde”, diz o relatório.

“Nessa decisão, é assumido que a derrogação é de caráter temporário, por três anos, e está sujeita a um melhor cumprimento das regras de origem aplicáveis aos produtos em causa e ao requisito relativo à cooperação administrativa”, acrescenta.

A atividade pesqueira em Cabo Verde é baseada principalmente em pesca costeira e semi-artesanal. A indústria conserveira do país depende principalmente de navios industriais com bandeira de outros países, pois o país não possui uma frota nacional industrial para abastecer a indústria. A Comissão Europeia já alertou que essa será a última derrogação concedida.

LUSA