Ministro aponta adopção de políticas públicas como principal desafio na criação de pontes entre a diáspora e Cabo Verde
18/10/2023 14:21 - Modificado em 18/10/2023 14:21
O ministro das Comunidades, Jorge Santos, apontou a adopção de políticas públicas como principal desafio a ser ultrapassado, visando garantir a criação de pontes entre a diáspora cabo-verdiana e o país de origem.
O governante fez estas afirmações em entrevista à Inforpress, no âmbito do Dia Nacional da Cultura e das Comunidades, que se assinala hoje, tendo realçado que este ano o foco das comemorações da efeméride serão as pessoas.
“Neste dia, vamos dedicar o dia ao capital humano, vamos este ano falar justamente da diáspora, da cultura, do aporte que tem dado a todo o sistema educativo, a medicina, saúde e a investigação”, realçou.
Conforme adiantou, este ano o acto central das actividades comemorativas do Dia Nacional da Cultura e das Comunidades é realizado no Polo Universitário de Santa Catarina de Santiago com a cerimónia de inauguração da primeira Cátedra sobre as migrações das comunidades cabo-verdianas nas diversas dimensões.
Considerou que Cabo Verde tem uma riqueza endógena nas suas comunidades espalhadas por mais de 40 países, reconhecendo, no entanto, que ainda existem muitos desafios a serem ultrapassados na implementação de políticas públicas na promoção da diáspora cabo-verdiana
“Os desafios são muitos, o principal desafio é que políticas públicas devemos adoptar para criar as pontes entre a nossa diáspora e o país de origem, que é Cabo Verde e são a criação destas pontes que eu situo as políticas públicas e é na criação desta ligação é que nós falamos da centralidade da diáspora cabo-verdiana nessa legislatura”, asseverou.
Destacou as acções desenvolvidas pelo Governo e importância da participação activa da diáspora no processo de desenvolvimento de Cabo Verde.
“É neste quadro que inauguramos o nosso plano estratégico da diáspora cabo-verdiana, que contém um conjunto de programas e projectos e resumindo aspectos mais importantes, com destaque para o Estudo do Senso e do Mapeamento da diáspora. É um programa que deu início e que está sendo executado pelo Instituto nacional de Estatística com o Banco Mundial e também da Organização internacional das Migrações”, afirmou, realçando que este programa permite ao Governo conhecer quantos cabo-verdianos têm na diáspora, onde estão e quem são.
Apontou, igualmente, o eixo da comunicação como o segundo eixo do referido plano, considerando ser fundamental a criação de condições visando garantir a conectividade entre Cabo Verde e a diáspora, que, por sua vez, motivou a criação do Portal das Comunidades Cabo-verdianas.
Jorge Santos salientou ainda a aposta do Governo na criação de condições, oportunidades e facilidades para realização de investimentos da diáspora cabo-verdiana no arquipélago nas diferentes áreas de actuação.
“Temos avançado com o conjunto de acções. Desde há dois anos que estamos a realizar acções de planeamento, lançamento dos programas e projectos. Lançamos também o novo modelo de relacionamento da diáspora com o sistema portuário e alfandegário. Temos estado a trabalhar numa ligação directa e numa grande aproximação das comunidades, por isso temos visitado e encontrado com as comunidades nos diferentes países”, disse, endereçando uma mensagem de confiança à diáspora cabo-verdiana.
Cabo Verde celebra o Dia Nacional da Cultura e das Comunidades desde 2005, para relembrar o patrono da cultura cabo-verdiana, o poeta, escritor e jornalista Eugénio Tavares, que nasceu a 18 de Outubro de 1867 na ilha da Brava.
Desde então, a efeméride vem sendo assinalada com diversas actividades culturais, realizadas a nível nacional e da diáspora.
Inforpress
