Presidente de Cabo Verde lamenta a perda de Manuel Figueira

9/10/2023 16:57 - Modificado em 9/10/2023 16:57

A partida de Manuel Figueira, pioneiro das artes plásticas em Cabo Verde, deixou um vazio irremediável na cena artística do arquipélago. O presidente da República de Cabo Verde lamentou profundamente o falecimento do visionário, destacando a importância vital que sua arte desempenhou na construção da identidade nacional.

“Partiu Manuel Figueira. Mas, do seu atelier, no Mindelo, continuarão a ecoar os ideais de mudar a realidade a partir da ponta de um pincel, fazendo da Arte e da Cultura elementos de resistência e afirmação”, refere José Maria Neves na sua página oficial de Facebook..

Neves lembrou que Figueira foi o primeiro cabo-verdiano a ser formado em belas artes e, em 1976, fundou a Cooperativa Resistência, juntando-se a figuras proeminentes como Bela Duarte e Luísa Queiroz.

Juntos, recordou, redefiniram o papel da cultura na afirmação da identidade nacional pós-Independência. Em 1977, nasceu o Centro Nacional de Artesanato, fruto do trabalho da Cooperativa Resistência, sob a direção determinante de Figueira até 1989.

A marca de Figueira na arte é inconfundível, caracterizada por uma abordagem satírica que descreve a sociedade que retrata. Ao longo de sua carreira, participou em exposições coletivas e individuais tanto em Cabo Verde quanto em países como Portugal, Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, Áustria, Bélgica e França.

Em reconhecimento ao seu percurso exímio, Manuel Figueira foi agraciado com diversas distinções. Em 1988, recebeu o Prémio Jaime Figueiredo, do Ministério da Cultura e Desportos de Cabo Verde. Em 2000, o Presidente da República atribuiu-lhe a Medalha do Vulcão, Primeira Classe, em virtude de sua contribuição fundamental para a pintura, o artesanato e a sua notável dedicação à pesquisa e ao ensino.

O presidente da República destacou a importância de Figueira na construção da identidade cultural do país, afirmando que Manuel Figueira exerceu“papel determinante na formação da nova geração de artesãos e no irromper do modernismo e universalismo nas artes plásticas cabo-verdianas”.

O artista plástico e um dos mentores do antigo Centro Nacional de Artesanato faleceu ontem, 8 de outubro, no Mindelo, aos 85 anos.
AC

  1. João Mendes

    Pede-se ao Presidente de Cabo Verde que dê também um pouco de atenção à criação do Museu B. Léza, em São Vicente, devendo sensibilizar a CMSV nesse desiderato. A família de B. Lèza tem em seu poder o espólio do grande compositor, que quer entregar, de mão beijada ao Estado e CMSV para instalar o Museu. A família de B. Lèza, os dois filhos, mormente o Velademir Romano Calado da Cruz, tem feito várias diligências, junto das mais altas instâncias do país, mas ninguém responde. Aparentemente, não se está a dar muita atenção ao assunto, talvez, se esquecendo que o dia do nascimento Francisco Xavir da Cruz (B. Léza) foi utilizado para designar o dia da Morna, a canção que une todos os cabo-verdianos, de Santo Antão a Brava, e que contribuiu grandemente para moldar a identidade cabo-verdiana. às vezes, somos mesmo um “pouco ingrato”, povo não, propriamente, mas os nossos dirigentes, que deviam colocar-se à frente da povo e resolver as questões mais candentes, que interessam à sociedade cabo-verdiana, ao povo das ilhas, mormente os problemas da sua identidade, pois temos uma herança de alienação terrível!

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