Sudão: Cerca de 1.200 crianças morrem em campos de refugiados

19/09/2023 14:50 - Modificado em 19/09/2023 14:50

Cerca de 1.200 crianças morreram de sarampo e de subnutrição em nove campos de refugiados no Sudão desde maio, e dezenas de milhares de outras poderão morrer até ao final do ano, denunciou hoje a ONU.

De acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mais de 1.200 crianças com menos de 5 anos morreram de sarampo e de malnutrição em nove campos de refugiados no Estado do Nilo Branco entre 15 de maio e 14 de setembro.

Estas crianças são refugiadas da Etiópia e do Sudão do Sul, disse AllenMaina, diretor de saúde pública do ACNUR, numa conferência de imprensa, em Genebra.

Segundo a agência da ONU, mais de 3.100 casos suspeitos de sarampo foram também registados durante o mesmo período e mais de 500 casos suspeitos de cólera noutras partes do país, bem como epidemias de dengue e malária.

“O mundo tem os meios e o dinheiro para evitar todas e cada uma destas mortes por sarampo ou desnutrição”, sublinhou o Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, FilippoGrandi, em comunicado.

O responsável referiu que se podem “evitar mais mortes”, mas pediu “dinheiro (…), acesso a quem precisa e, acima de tudo, o fim dos combates” porque “dezenas de crianças estão a morrer todos os dias em consequência deste conflito devastador e da falta de atenção da comunidade internacional”.

“Devido aos contínuos ataques aos serviços de saúde e de nutrição” no Sudão, também o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) manifestou receio que “vários milhares de recém-nascidos possam morrer até ao final do ano”, na mesma conferência de imprensa em Genebra.

De acordo com a agência da ONU, os serviços de nutrição estão “devastados” no país, onde um conflito sangrento entre generais rivais eclodiu em abril.

“Todos os meses, 55.000 crianças precisam de ser tratadas para a forma mais mortal de malnutrição. No entanto, em Cartum, menos de um centro de nutrição em cada 50 está a funcionar e, no Darfur Ocidental, é um em cada 10”, disse aos jornalistas o porta-voz da Unicef, James Elder.

Esta agência da ONU também alertou que tem falta de fundos. A organização recebeu menos de um quarto dos 838 milhões de dólares (784 milhões de euros) que tinha pedido para ajudar cerca de 10 milhões de crianças no Sudão, disse o seu porta-voz em Genebra. “Esta falta de fundos significará a perda de vidas”, alertou.

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