Serviços financeiros e de seguros cresceram 11,5% em 2022 representando 6% do PIB

3/08/2023 17:07 - Modificado em 3/08/2023 17:07
@ Getty Images

O valor acrescentado bruto dos serviços financeiros e de seguros cresceu 11,5 por cento (%) em volume em 2022, representando cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme relatório do estado de economia do Banco de Cabo Verde.

Segundo o documento divulgado hoje e que aponta para performance muito favorável do sector financeiro em 2022, após uma redução de 7,7 % em 2021, os serviços financeiros de seguros voltaram a registar uma evolução positiva, contribuindo em 0,8 pontos percentuais para o crescimento do produto nacional em 2022.

“Esta evolução foi determinada, em grande medida, pelo sector bancário (sociedades de depósitos), tendo em conta o seu peso maioritário no activo total do sector financeiro nacional (de 96,5 por cento)”, refere o relatório consultado pela Inforpress.

Conforme a mesma fonte, o produto bancário cresceu 9,9 por cento em 2022, o que se compara com 9,7 por cento em 2021.

Segundo o BCV a evolução positiva da margem financeira (em 7,4 por cento) se deveu, sobretudo, ao aumento dos juros e proveitos equiparados, bem como da margem complementar (em 20,5 por cento) impulsionada pelo aumento dos outros resultados de exploração, das comissões líquidas e dos resultados de reavaliação cambial, que determinou o desempenho do produto bancário.

“Pese embora o agravamento dos custos com pessoal e gastos gerais administrativos, bem como dos impostos (correntes e diferidos), os resultados antes e após impostos aumentaram em, respetivamente, 30,4 e 26,5%, devido essencialmente ao crescimento do produto bancário e à redução das imparidades de outros activos líquidos”, lê no documento.

Conforme o Banco de Cabo Verde (BCV) a componente principal do activo dos bancos, o crédito, registou um crescimento em 2022, traduzindo o aumento do crédito sem imparidade e com imparidade.

Por seu turno, os componentes mais importantes do passivo e principal fonte de financiamento dos bancos, os depósitos, registaram também um crescimento de 6,9% (o que se compara com 2% registado em 2021), evidenciando a manutenção da confiança dos depositantes na solidez do sistema bancário.

Com efeito, em 2022, os indicadores de solidez do sector bancário permaneceram, em geral, em patamares confortáveis, ainda que com uma ligeira deterioração na qualidade da carteira de crédito dos bancos.

O rácio de solvabilidade, isto é a capacidade de uma empresa de fazer frente ao pagamento de suas dívidas no curto e no longo prazo, passou de 21,4 para 22,3%, mantendo-se muito acima do mínimo regulamentar de 10%, traduzindo o aumento da capacidade de absorção de perdas do sistema bancário nacional e a redução do risco de insolvência.

O relatório do BCV assinala a diminuição do rácio crédito em incumprimento/crédito total de 8,1 por cento em 2021 para 7,8% e a manutenção do rácio crédito com imparidade/crédito total nos 7,2 por cento.
Inforpress/fim

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