Direção Nacional de Saúde revela impacto da Anemia Falciforme em Cabo Verde: 161 pessoas afetadas

19/06/2023 17:17 - Modificado em 19/06/2023 17:17


Hoje se comemora o Dia Mundial da Anemia de Células Falciformes. Doença essa que é também conhecida por Drepanocitose, e que conforme a Diretora Nacional de Saúde, Ângela Gomes, são conhecidos neste momento 161 indivíduos em Cabo Verde com este caso, e que  97% estão registados no Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN).

“No entanto, sabe-se que a drepanocitose é mais prevalente nas ilhas de sotavento, especialmente em Santiago. Dos 161 casos conhecidos, 156 (97%) encontram-se inscritos na consulta de Hematologia do HUAN”, disse Ângela Gomes, durante as I Jornadas Nacionais sobre Células Falciformes, realizadas na cidade da Praia.

A maior preocupação, segundo esta responsável, é a falta de recursos diagnósticos e a ausência de uma estratégia organizada de resposta, quando não se conhece o número exato de pessoas portadoras dessas doenças no país.

Ângela Gomes acredita que poderão existir casos não identificados, nas ilhas, principalmente as com maior número de imigração de pessoas provenientes do continente africano.

“A Prevalência da anemia em CV é muito importante, por isso, necessita de uma abordagem mais científica, multidisciplinar e especializada para diminuir a mortalidade e morbilidade da doença e, garantir a qualidade de vida dos doentes e familiares”, afirmou.

Além disso, foi anunciada a previsão, no programa do governo, da implementação de um instituto de sangue e transplante que terá como objetivo fornecer cuidados abrangentes para esse tipo de paciente.

A Diretora Nacional de Saúde mencionou o programa nacional de segurança transfusional, que já estabeleceu vários postos de transfusão de sangue em diversas ilhas, além de ter fortalecido os esforços para obter medicamentos mais eficazes para o tratamento da doença e a aquisição de equipamentos específicos para os pacientes.

Apesar de todas essas medidas, a abordagem terapêutica ainda enfrenta muitos desafios devido ao alto custo dos medicamentos.

Entre os desafios mencionados estão a dispersão dos pacientes por várias ilhas, a necessidade de melhorar a capacidade de diagnóstico laboratorial, promover a capacitação contínua dos profissionais de saúde e fornecer informações adequadas aos pacientes e cuidadores.

A anemia falciforme é uma doença hereditária que é transmitida dos pais para os filhos, e é caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os semelhantes a uma foice, daí o termo falciforme. Essas células possuem membranas alteradas e tendem a se romper facilmente, resultando em anemia.

O dia 19 de junho foi oficialmente designado como o Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme, com o objetivo de aumentar o conhecimento e a compreensão do público sobre a doença, bem como os desafios enfrentados pelos pacientes, seus familiares e cuidadores.

AC – Estagiária

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