PAICV denúncia “queda brutal” da taxa de penetração de energias renováveis e duvida do alcance das metas

24/05/2023 16:45 - Modificado em 24/05/2023 16:45

O PAICV (oposição) denunciou hoje aquilo que classifica de “queda brutal” da taxa de penetração de energias renováveis em Cabo Verde de 2016 a 2022, indicando que a mesma passou dos mais de 20% para os actuais 16%.

Ao intervir no início do debate parlamentar mensal com o primeiro-ministro sobre o tema “Estratégia de aceleração da transição energética”, proposto pelo grupo parlamentar do MpD (poder), o deputado Armindo Freitas disse que os dados apontam que o país dificilmente atingirá as metas definidas pelo Governo em matéria de energia renováveis.

“Mesmo depois da pandemia, o Governo definiu como metas alcançar 30 por cento (%) de penetração em 2025, 50% em 2030 e 100% em 2040. Pelos sinais, o país não vai atingir as metas definidas porque os dados mostram que o país está a regredir, passando de mais de 20% para 16%”, disse.

O deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) realçou que 2015, fruto de vários investimentos do Governo sustentado pelo seu partido, o país tinha 156 megawatts (MW) de potência instalada, 390 mil horas de produção, uma Electra recuperada e valorizada, centrais únicas, 98 por cento do arquipélago coberto com rede eléctrica, mais de 90% da população com acesso à electricidade.

O país, acrescentou, tinha um rácio de mais de 20% de penetração de energias renováveis, o que permitiu que Cabo Verde fosse considerado o número um da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).

“O que aconteceu após 2016? Ulisses Correia e Silva com todas as contas feitas falhou em todos os domínios de transição energética. O país teve uma queda brutal a nível de rácio de penetração de energia renovável de mais de 20% em 2015 para perto de 16% actualmente”, disse.

Conforme Armindo Freitas, não houve investimentos estruturantes de produção e energia renovável, de penetração na rede, com os parques, as máquinas e as redes a carecerem de manutenção e a Electra tornou-se numa empresa em constante descapitalização e desvalorização caminhando para a sua privatização.

“Após sete anos de desmantelamento da política energética estratégica herdada, com esta proposta o senhor primeiro-ministro está a reconhecer que falhou ou que governou até agora sem estratégia… o Senhor primeiro-ministro vive de promessas e de anúncios, vendeu ao país um conjunto de promessas e metas verdes, mas sem mostrar como executá-las”, realçou.

Neste sentido, questionou ao Governo que estratégias tem para mobilizar recursos para financiar propostas e atingir as metas definidas e assegurar 100% de energias renováveis e como suportar o financiamento do armazenamento.

“Será que o privado está disposto e motivado em investir”, questionou, acusando o Movimento para a Democracia (MpD) e o Governo de agendar esse debate só para desviar a atenção dos cabo-verdianos das questões candentes que afectam o país como falta de rendimento, aumento do custo de vida, aumento da pobreza extrema e absoluta e o aumento da insegurança e do caos nos transportes interilhas e internacional.

MJB/ZS

Inforpress/fim

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