Relação entre União Europeia e Cabo Verde “é única” apesar dos recursos serem “limitados” – embaixadora (c/áudio)

8/05/2024 15:10 - Modificado em 8/05/2024 15:10

A embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Carla Grijó, declarou hoje, na cidade da Praia que, no continente africano, a parceria com Cabo Verde “é única e estratégica”, apesar da limitação dos recursos para atender às necessidades.

“É uma parceria muito dinâmica, ela é única no continente africano, não há mais nenhum país com o qual a União Europeia (UE) tem este tipo de parceria e só existe nestes termos porque partilhamos com Cabo Verde os mesmos valores. Cabo Verde é uma democracia consolidada é também um Estado de Direito, portanto é mais fácil trabalharmos com quem pensa da mesma forma (…)”, vincou a embaixadora.

Carla Grijó, que falava à Inforpress e à Televisão Cabo-verdiana (TCV), no âmbito do Dia Mundial da Europa, assinalado anualmente a 09 de Maio, sublinhou que a parceria entre a União Europeia e Cabo Verde é “muito dinâmica”, mas o maior desafio prende-se com os parcos recursos para atender às expectativas do arquipélago em desenvolvimento.

“O maior desafio que temos na nossa relação com Cabo Verde é muitas vezes o facto de os recursos serem limitados, até de os nossos próprios recursos ser limitados, o caderno de encargo, as expectativas que as autoridades cabo-verdianas e a sociedade cabo-verdiana têm em relação a União Europeia são muito elevadas e então no fundo o que se passa é que nós temos que pensar numa forma estratégica”, salientou.

Para a embaixadora da UE, para atravessar estes desafios, há que abordar estrategicamente as questões e coordenar esforços com outros parceiros para maximizar os resultados e evitar duplicações.

“Há muitas áreas, muitas prioridades e há uma necessidade de utilizar os recursos de uma forma estratégica”, sustentou.

A parceria entre a UE e Cabo Verde é marcada por uma visão comum de erradicar a pobreza extrema neste pequeno estado insular até 2026, visão que a embaixadora acredita ser possível, sobretudo, devido a uma “forte vontade política” em torno desta meta.

“É uma ambição forte que tem o nosso apoio total, 2026 está praticamente ao virar da esquina, mas acreditamos que é possível porque existem ferramentas como cadastro social único, como rendimento social de inserção que tem aliás sido reforçadas nos últimos anos também com o apoio da união europeia e de outros parceiros internacionais”, enfatizou Carla Grijó.

“Sabemos que 38 % das pessoas em Cabo Verde estão em situação de pobreza extrema são crianças e quando estamos a atacar o problema da pobreza extrema estamos a criar condições para que todas as crianças cabo-verdianas independentemente da família em que nascem possam ter acesso aos mesmos serviços e aos mesmos direitos”, ressaltou.

Além disso, expressou “orgulho em colaborar” com a sociedade civil de Cabo Verde, especialmente em áreas como igualdade de género e combate à violência de género e o combate ao abuso e exploração sexual de crianças.

Nesta linha, a embaixadora anunciou que a UE está a desenvolver, através de uma assistência técnica, uma acção direcionada para o reforço da capacidade da sociedade civil cabo-verdiana para poder “advogar melhor estas causas, organizar-se melhor internamente e melhor trabalhar em rede”.

Indicou que projetos voltados para o turismo sustentável estão em andamento, já lançados em três ilhas, Santo Antão, Fogo e São Nicolau, que passam por conciliar a proteção das áreas protegidas com a criação de rendimentos económicos para as comunidades.

Inforpress

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