Greve: Professores que se recusam a lançar notas são ameaçados com falta de presença injustificada – representante

26/03/2024 17:45 - Modificado em 26/03/2024 17:45

A responsável do Grupo Representante dos Professores, Aleida Semedo, afirmou hoje que as delegações do Ministério da Educação têm ameaçado os professores com faltas injustificadas, como forma de intimidar aqueles que se recusam a lançar as notas.

Em comunicado enviado à comunicação social, o grupo denuncia que essas “ameaças” acontecem mesmo estando os professores presentes nas escolas e nas reuniões, com a argumentação de que em Cabo Verde não existe greve de zelo.

“Agindo desta forma, têm ignorado, inclusive, que a nossa luta está salvaguardada pela greve por tempo indeterminado, iniciada no dia 27 de Dezembro de 2023, decretada pelo Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof)”, confirmou à Inforpress a responsável do núcleo.

A terceira forma de luta traduz-se no bloqueio das notas, uma decisão que já está sendo acatada por algumas escolas do país, tanto nas escolas primárias como nos liceus.

A não atribuição de notas aos alunos referentes ao segundo trimestre deste ano, explicou a mesma fonte, representa uma tomada de posição da classe docente determinada na luta perante a atitude de recusa e inadvertência assumida pelo Ministério da Educação.

Conforme Aleida Semedo, esta decisão serve como prova do “descrédito generalizado da tutela” perante a classe docente, uma vez que as sucessivas promessas têm tido mais um caráter puramente “propagandístico e eleitoralista”, afiançou.

“O que temos constatado, na verdade, é que não há nenhum interesse efetivo em resolver as pendências até então reivindicadas. A nível nacional podemos avançar que a adesão é grande, não obstante a prevalência de um clima de muita intimidação por parte dos dirigentes, um pouco por todo país, tendo como único objectivo levar os professores a desistir do seu propósito e desta luta justa”, referiu.

“Embora os dados estejam ainda em actualização, afirmamos destemidamente que a adesão dos docentes tem sido muito grande, podendo destacar 33 escolas que já aderiram à greve”, acrescentou.

O Grupo Representante dos Professores declarou ainda que enquanto persistir a “arrogância, falta de sensibilidade” e pouca abertura para o diálogo por parte de líderes políticos, vão manter com as manifestações, mostrando o descontentamento e indignação da classe docente.

O grupo acusa ainda o Ministério da Educação de praticar, através das delegações e direcções, o “assédio e ameaça aos professores”, alegando que irão instaurar processos disciplinares, a àqueles que não colocarem as notas no SIGE (Sistema Integrado de Gestão Escolar), nos próximos dias.

“Convém realçar que os professores têm estado presentes em todas as reuniões, optando simplesmente por não entregar os elementos de avaliação, enquanto aguardam ser ouvidos”, concluiu.

Inforpress/Fim

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