São Vicente: Fantcha diz-se “privilegiada” por conviver com grandes nomes da música cabo-verdiana em 40 anos de carreira

24/02/2024 19:34 - Modificado em 24/02/2024 19:34

 A cantora mindelense Fantcha, que celebra agora os seus 40 anos de carreira, considera-se “privilegiada” pela oportunidade de ter podido conviver com grandes nomes da música cabo-verdiana neste seu percurso iniciado nos anos 80.

A artista, que radica há vários anos nos Estados Unidos da América, mas se encontra neste momento em Cabo Verde para dois concertos de celebração da data, assegurou à Inforpress que só tem a agradecer a Deus e universo pela oportunidade de cantar.

“É uma vida inteira e tenho mesmo que celebrar e nada melhor que o fazer em minha terra, com o meu povo e na minha cidade que me viu nascer e crescer a cantar”, sublinhou, referindo-se aos espectáculos que tem agendado, na noite de hoje, no Centro Cultural do Mindelo, e no sábado, 24, em Porto Novo (Santo Antão), organizados em parceria com a Sociedade Cabo-verdiana de Autores (Soca).

Daí, que, segundo a mesma fonte, o momento reveste-se de um “gostinho especial” por recordar a menina que começou a sua carreira nas “noites boémias” de São Vicente, ao lado dos hoje considerados grandes nomes da música cabo-verdiana.

Fantcha faz uma retrospectiva pelo seu histórico musical e confirmou que em sua casa a música sempre esteve presente já que os seus dois irmãos eram músicos e a mãe tinha uma “grande voz”.

Entretanto, a sua revelação ao mundo aconteceu em 1978 quando entrou para o grupo carnavalesco Flores do Mindelo e a sua voz foi “descoberta” pelo Gregório Gonçalves, o conhecido carnavalesco Ti Goy, que a colocava a cantar as músicas compostas por ele e a ensaiar as crianças mais pequenas.

Como acrescentou, foi também através de Ti Goy que conheceu Cesária Évora, que a “adoptou” e com quem passou a cantar nos restaurantes e bares do Mindelo, durante os dias de semana, e aos fins-de-semana nos bailes populares.

Neste meio, também se cruzou com outros nomes como Chico Serra, Manuel d´Novas e Bana, que, inclusive, foi quem produziu o seu primeiro trabalho discográfico em 1988, em Portugal.

“Como costumo dizer, sou uma pessoa abençoada e felizarda porque tive a oportunidade de conseguir subir ao palco com todas estas grandes figuras, lendárias e já conhecidas em Cabo Verde”, rejubilou-se.

Uma “conspiração do universo” que contribuiu para que hoje tivesse uma carreira com vários trabalhos lançados, várias compilações e com espectáculos nos quatro cantos do mundo.

Agora, Fantcha, aos 59 anos, só quer saúde para continuar a fazer música, elemento que “alimenta” a sua alma.

“A música me faz respirar, viver com alegria e me dá tudo aquilo que preenche um ser humano”, descreveu a cantora, que promete estar hoje “de corpo e alma” para o seu povo mindelense, local onde sempre recarrega as suas energias.

Também disse estar “muito contente” por se apresentar em Porto Novo e completar essa comemoração de 40 anos de carreira, que está associada também às celebrações do 19º aniversário da Soca.

Fantcha, de nome próprio Francelina Durão Almeida, nasceu no Mindelo em 1965, cidade onde despoletou-se para o cenário musical de quatro décadas e com cinco discos nos palmarés, primeiro “Boa Viagem”, produzido por Bana (1988), “Criolinha” (Lusafrica, 1998), que foi inclusive nomeado para os Grammy Awards, Viva Mindelo (Lusafrica, 2001), Amor Mar e Música (RB Records, 2009) e Nôs Caminhada (RAJ’D, 2018).

Este último trabalho é da sua autoria e representa uma “homenagem” a Cesária Évora e o percurso que fizeram juntas antes da fama.

Inforpress

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