O primeiro-ministro de Cabo Verde defendeu hoje a promoção internacional do arquipélago também através da música e da cultura, assumindo-se igualmente como “palco” de conferências e `workshops`.
“Temos cada vez mais possibilidade de Cabo Verde ser conhecido pela sua música, pela sua boa música, e pelos seus artistas. E criar palco também para conferências, `workshops`, troca de experiências, crescimento mútuo, o que é que é muito importante para um país como Cabo Verde”, destacou Ulisses Correia e Silva, depois de receber jornalistas e delegados internacionais que participam na nona edição do Atlantic Music Expo (AME), que decorre até quinta-feira.
Dezenas de concertos, conferências e workshops tomaram contam desde terça-feira de cinco espaços da cidade da Praia no regresso à capital cabo-verdiana do AME, a maior feira de música do arquipélago, destino conhecido internacionalmente pelas praias e sol.
Para Ulisses Correia e Silva, a importância do evento reveste-se também pela promoção de Cabo Verde internacionalmente.
“Primeira a cultura, a arte, a música, depois a produção, a economia e a projeção do país, que faz a sua ligação relativamente ao aumento da notoriedade e à capacidade também de exportar serviços. Quando os nossos artesãos vão lá fora atuar nos palcos internacionais, estão a fazer também uma exportação de serviço. Muitos desses produtores de mercados e artistas, quando vêm depois conhecem o país real”, destacou, sublinhando a presença na Praia de 200 jornalistas e produtores internacionais de órgãos especializados, oriundos de 15 países.
“E tudo isto juntando, criando valor cultural, industrial, criativo e também para a economia”, assumiu ainda.
Desde terça-feira que artistas e eventos paralelos, como conferências e `workshops` tomam conta de cinco espaços do centro histórico da capital cabo-verdiana no âmbito do AME, incluindo a rua pedonal e a Praça Luís de Camões, no centro de cidade.
O AME reúne centenas de participantes, desde artistas, músicos, produtores, empresários, jornalistas, diretores de festivais, agentes, para mostrarem os seus trabalhos e refletirem sobre o mercado da música.
Trata-se da maior feira de música de Cabo Verde, lançada em 2013 pelo Ministério da Cultura de Cabo Verde e assumida em 2018 pela Associação Cabo Verde Cultural (ACVC). Termina na quinta-feira, 13 de abril, precisamente no dia em que arranca na Praia o Kriol Jazz Festival, considerado um dos melhores festivais de jazz do mundo.
“Os desafios maiores que nós temos é a organização interna e a parte do financiamento, porque é um evento sem fins lucrativos. Nós temos que ser inteligentes e tentar usar os meios que nos põem à disposição da melhor forma. Mas também temos que ser criativos para conseguir mais financiamento para podermos fazer um evento com maior qualidade e dimensão”, admitiu o diretor-geral do AME, Augusto Veiga, à margem do encontro de hoje.
O responsável sublinhou a importância do evento para a economia de Cabo Verde, nomeadamente da cidade da Praia: “Nós sabemos que os voos estão todos cheios, interilhas e internacionais. Os hotéis também são todos cheios. Na nossa estimativa, o valor que é investido no AME inserimos pelo menos três ou quatro vezes mais na nossa economia”.
Segundo Augusto Veiga, está em curso um estudo para avaliar precisamente o retorno económico deste evento.
Lusa