Cantareira questiona participação do Batuque no África Youth Cup e denuncia esquema de aliciamento de jogadores de formação 

31/10/2023 14:35 - Modificado em 31/10/2023 16:57

Em nome da imagem de futebol de formação da ilha de São Vicente, e do torneio internacional de futebol de formação “África Youth Cup”, realizado na Cidade da Praia, a direção do Cantareira Futebol, diz que foi com “espanto e estupefação” que ficaram a saber da participação do Batuque Futebol Clube no torneio, quando o mesmo não reunia os critérios necessários. 

É que segundo anúncio, apontado pelo presidente da Cantareira, apenas os quatro equipas da fase final do nacional de sub-17 iriam participar na prova, no caso Solpontense (Santo Antão), Sporting da Boa Vista, EFIZ (Sal) e Bola para Frente (Santiago), podiam participar.

“O Batuque não participou na fase final do campeonato nacional, daí o nosso espanto. De que forma a equipa do Batuque aparece sem que estivesse reunido os critérios para o efeito”.

Carlos Lima, também conhecido no meio futebolístico como Punez, mostrou-se ainda preocupado com esta representação nacional numa competição internacional de formação, quando o clube visado é alvo de um processo disciplinar da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) por desacatos efetuados durante um jogo do campeonato nacional.

“Cenas de agressão contra jogadores da equipa do Ultramarina na fase de grupos do nacional de sub-17, realizada em Sao Vicente”. 

Um comportamento, que conforme este dirigente, foi “arbitrário e antidesportivo” e que evidenciou um total desrespeito pela competição, pelos árbitros e adeptos.

E questiona o desfecho de um caso, que data de há vários meses. 

“ Mesmo que até à data não haja qualquer pronunciamento da Federação Cabo-verdiana de Futebol, embora estejamos em crer que já era tempo de processo estar concluído, como que por magia aparece o convite em jeito de prémio para participar no África Youth Cup”, atirou Punez.

Logo defende que, caso quisessem convidar o Batuque, a federação deveria ter primeiro, decidido sobre o processo, e assim ter um processo mais transparente.

Neste sentido, questiona como dirigentes, corpo técnico e jogadores envolvidos “num acontecimento de memória para o futebol nacional e especialmente de formação podem ser convidados para participarem num torneio com equipas internacionais”.

“Será que mereciam esta recompensa”, continuou, com a ideia de ser “claramente não” por todo o exposto.

Ainda tendo o alvo voltado para o Batuque, o presidente do Cantareira asseverou que o seu clube também está “desgastado” com certas situações de “aliciamento” aos seus jogadores por parte da referida equipa.

“Nada temos contra jogadores que queiram trocar de clube, nunca tivemos e creio que nunca haverá, agora o que temos contra é o suborno de jogadores que anda a acontecer aqui em São Vicente por parte do Batuque Futebol Clube”, explicou, dando exemplo de sete jogadores do Cantareira que se transferiram neste ano para o Batuque.

Esta “debandada” de jogadores aconteceu com a promessa de participação no torneio, por forma a serem observados por empresários do mundo futebolístico. 

O que prova, advogou, que o Batuque já sabia há muito tempo que ia participar do torneio.

Daí, o seu pedido para haver alguma lei para proteger os clubes de formação, que investem muito no trabalho e depois não tem qualquer recompensa.

O torneio internacional de futebol de formação terminou no domingo, 29, na Cidade da Praia, e ditou a participação de Batuque Futebol Clube num outro torneio internacional por ser classificado como a melhor equipa cabo-verdiana.

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