Líder da oposição no Senegal nos cuidados intensivos devido a greve de fome

17/08/2023 16:39 - Modificado em 17/08/2023 16:39
Getty Images

O líder da oposição no Senegal e anunciado candidato presidencial, Ousmane Sonko, deu entrada numa unidade de cuidados intensivos depois de 19 dias em greve de fome em protesto pela sua prisão preventiva em 31 de julho.

“Sonko está numa unidade de cuidados intensivos no Hospital Principal de Dacar, em consequência de um agravamento da sua condição, ontem [quarta-feira] à tarde”, disse o Partido do Senegal pelo Trabalho, Ética e Fraternidade (PASTEF), num comunicado citado pela Europa Press.

O PASTEF, dissolvido desde 31 de julho pelo governo senegalês depois de acusado de insurreição, recordou que Sonko está no seu 19.º dia de greve de fome, iniciado para protestar contra a sua detenção.

“O Presidente Macky Sall, o seu ministro da Justiça, o seu ministro do Interior e todos os implicados nesta perseguição desumana, que acabaram de colocar em perigo a vida do líder da oposição, serão plenamente responsáveis por tudo o que ocorra”, acrescenta-se no comunicado.

No texto, o PASTEF faz ainda um “apelo aos militantes, simpatizantes e a todo o povo senegalês para que se levante e exija a libertação imediata e incondicional do presidente Sonko, da sua família e de todos os detidos políticos”.

No dia 6, o partido já tinha anunciado a hospitalização de urgência de Sonko e tinha responsabilizado Macky Sall e o seu regime.

Sonko foi detido em 28 de julho e encontra-se em prisão preventiva desde 31 de julho, dia em que o Ministério do Interior anunciou igualmente a dissolução do seu partido.

Desde a sua detenção que eclodiram tumultos em Dakar e noutras cidades do país entre as forças policiais e os jovens, que queimaram pneus, montaram barricadas e bloquearam estradas em sinal de protesto.

O popular líder da oposição denunciou a “instrumentalização” da justiça pelo Presidente senegalês, Macky Sall, para o impedir de concorrer às próximas eleições, previstas para 2024.

 Ousmane Sonko foi condenado em 01 de junho a dois anos de prisão por aliciamento de menores, um veredito que o torna inelegível para se candidatar a eleições, de acordo com os seus advogados e juristas.

Conhecido pelo seu discurso “antissistema”, Sonko critica a má governação, a corrupção e o neo-colonialismo francês, e tem muitos seguidores entre a juventude senegalesa.

LUSA

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