O Luxemburgo vai apoiar Cabo Verde com cerca de 600 milhões de escudos para financiar este ano o acesso a formação profissional de mais jovens cabo-verdianos, anunciou hoje, na Praia, o encarregado de Negócios da Embaixada no arquipélago.
Thomas Barbancey deu estas informações durante a sua intervenção à margem do Comité de Pilotagem (COPIL) Conjunto do Eixo Emprego e Empregabilidade do Programa Indicativo de Cooperação “Desenvolvimento – Clima – Energia” Cabo Verde – Luxemburgo (2021-2025).
Conforme este responsável, o emprego e a empregabilidade constituem o principal sector de concentração do apoio luxemburguês a Cabo Verde, realçando, neste sentido, que o apoio implementado pela Lux-Development em parceria com as diferentes entidades do sector, encabeçadas pela Direcção-Geral do Emprego, almeja ser estruturante.
Para tal, prosseguiu, a equipa técnica posta à disposição tem como missão contribuir para o reforço das capacidades de governança e implementação de políticas de promoção da empregabilidade e do emprego dos jovens cabo-verdianos.
“Neste contexto, para o ano de 2023, o plano operacional anual que se propõe adoptar hoje prevê um orçamento de 5,6 milhões de euros de apoio ao sector. Destes, 4,2 milhões serão transferidos para o Tesouro para uma implementação directa pelas entidades estatais parceiras, tais como a Direcção-Geral do Emprego, o Fundo de Emprego e Formação, o IEFP e a Pró-Empresa”, adiantou.
Thomas Barbancey afiançou que o Luxemburgo quer complementar a resposta do Governo à principal prioridade do sector, os jovens que estão fora do ensino profissional, através de um reforço do sistema de financiamento da formação profissional.
Avançou, neste quadro, que o seu país se dispõe a contribuir anualmente com 2 milhões de euros, até 2025, financiando o acesso à formação profissional de um maior número de jovens em Cabo Verde.
No entanto, frisou que esta linha de apoio dependerá do volume do financiamento que Cabo Verde destinar à formação profissional, ou seja, o financiamento luxemburguês quer-se um complemento ao investimento nacional cabo-verdiano que, por sua vez, deverá crescer de ano para ano.
O encarregado de Negócios da Embaixada do Grão-Ducado considerou ser cada vez mais oportuno assegurar a participação e engajamento do sector privado na governança e financiamento da formação profissional.
“Para além da formação profissional em si, o programa tem apoiado e continuará a apoiar os esforços de maximização das capacidades instaladas no sector Educação-Formação-Emprego como um todo, por forma a assegurar um maior retorno dos investimentos realizados”, asseverou, ressaltando que o programa continuará a dar uma atenção especial ao reforço da viabilidade técnica e financeira do sector.
Anunciou, por outro lado, que o Luxemburgo financiará a instalação de painéis solares nos Centros de Emprego e Formação Profissional e nas Escolas Técnicas de Cabo Verde, proporcionando a 19 entidades do sector uma maior sustentabilidade energética e financeira essenciais.
Por seu turno, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, destacou o “apoio imprescindível” e com “grande impacto” que o Luxemburgo tem disponibilizado a Cabo Verde na promoção do sector do emprego e da empregabilidade.
“Em relação ao emprego e a empregabilidade do Luxemburgo, quero destacar toda a cooperação do Luxemburgo numa área que é praticamente invisível e intangível, mas que é a questão mais critica para o futuro de Cabo Verde, a criação de emprego”, afirmou, salientando que este tema é prioritário para o Governo.
Destacou a necessidade de apostar na formação dos jovens para que se possa garantir uma migração do emprego não qualificado, mal remunerado para um emprego qualificado e bem remunerado na linha daquilo que é a visão do Governo de fazer de Cabo Verde um país prestador de serviços internacionais.
Olavo Correia reconheceu, no entanto, que para isso é precisa haver um forte engajamento de vários parceiros, Governo, jovens e do sector privado em todas as fases do processo.
Inforpress/Fim
Seria super interessante ver o resultado real destas quantias financiadas por entidades estrangeiras. Pelo menos para nós os eleitores não vemos nenhum resultado concreto, os problemas continuam ou melhor a cada dia aumentam…