Quase um quarto da população dos Estados Unidos está sob alerta de calor extremo. Na Europa, vários países estão em alerta desde domingo (16).
Dezenas de milhões de pessoas enfrentaram neste domingo (16) uma onda de calor extremo em vários países do Hemisfério Norte. A previsão é de temperaturas recordes na América do Norte, Europa e na Ásia, em mais uma demonstração das consequências da mudança climática.
Quase um quarto da população dos Estados Unidos está sob alerta de calor extremo. O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA (NWS) pediu à população que não subestime o risco de vida provocado pelo calor.
Na Europa, onde o aquecimento avança duas vezes mais rápido que a média mundial, segundo os cientistas, vários países enfrentam temperaturas extremas.
Na Itália, 16 cidades estão em alerta vermelho, com máximas de 36°C e 37°C. Apesar do calor, quase 15 mil peregrinos e turistas, segundo o Vaticano, compareceram à Praça de São Pedro para ouvir o papa Francisco recitar a bênção do Angelus.
Entre os visitantes estava François Mbemba, um padre congolês de 29 anos. Ele disse que em Roma “faz mais calor que na África”.
A Espanha estava à beira de iniciar uma nova onda de calor neste domingo, depois de superar uma semana de temperaturas elevadas, com graves consequência na ilha de La Palma (Canárias), onde um incêndio queimou 5 mil hectares no fim de semana e obrigou 4 mil moradores a deixar a região.
A agência meteorológica espanhola (Aemet) emitiu alertas laranja neste domingo para temperaturas elevadas (38°C a 42ºC) em vários pontos da Península Ibérica e nas ilhas Baleares na segunda-feira (17), além de um alerta vermelho (perigo extremo) também na segunda-feira para áreas da Andaluzia e na terça-feira (18) em Aragón, Catalunha e Mallorca (42°C a 44ºC).
Na Grécia, onde a previsão indica uma leve queda na temperatura, as autoridades decidiram que a Acrópole de Atenas permanecerá fechada das 13h às 17h, e não das 11h30 às 17h30, como havia sido anunciado no sábado (15).
Nos Estados Unidos, o Serviço Meteorológico Nacional (NWS) prevê uma onda de calor “extremamente perigosa” da Califórnia ao Texas.
“Quando bebo apenas água, eu fico tonto, quero vomitar por causa do calor, preciso de outra coisa, uma Coca-Cola, um Gatorade, e gelado, para conseguir ficar bem”, declarou à AFP um mexicano de 28 anos, que se identificou apenas como Juan, que trabalha no setor da construção em Houston, Texas.
Na região do Vale da Morte, na Califórnia, a temperatura atingiu 51°C no sábado. A previsão para domingo é de 54°C.
Além das temperaturas elevadas, o sul da Califórnia é cenário de incêndios que já destruíram mais de 1.200 hectares.
No Canadá, mais de 10 milhões de hectares foram destruídos por incêndios desde o início do ano, um balanço muito superior ao registrado pelo país em 2022.
Os dados, considerados provisórios, registravam mais de 900 focos ativos no sábado em todo o país, incluindo 570 fora de controle, de acordo com o Centro Interagências Canadense de Incêndios Florestais (CIFFC, na sigla em inglês).
Na Ásia, as tempestades se unem ao calor extremo. Na Coreia do Sul, as equipes de emergência tentavam alcançar as pessoas bloqueadas em um túnel inundado. As fortes chuvas nos últimos dias deixaram pelo menos 37 mortos e 9 desaparecidos no país.
O país enfrenta o pior momento da temporada de monções de verão, com mais chuvas previstas até quarta-feira.
No Japão, as autoridades emitiram um alerta para o risco de insolação em 20 dos 47 municípios do país devido a temperaturas próximas de 40°C em muitas cidades.
Em Tóquio, onde a temperatura chegou a 36ºC, “o simples fato de passear cansa”, comentou Coline Grison, uma turista francesa de 24 anos.
Ao mesmo tempo que o calor extremo afeta o leste e sudoeste do arquipélago, outras áreas do país enfrentam chuvas torrenciais, que provocaram pelo menos oito mortes nos últimos dias.
A China emitiu vários alertas para temperaturas elevadas e informou que os termômetros podem atingir 45°C na região Xinjiang, parcialmente desértica, e 39ºC na região de Guangxi (Sul).
G1/Globo