Homem acusado de provocar incêndio do Parlamento sul-africano confessa

13/07/2023 15:01 - Modificado em 13/07/2023 15:01

Um incêndio de grandes proporções em janeiro de 2022 danificou gravemente o complexo histórico.

Ohomem acusado de terrorismo por provocar um incêndio que danificou gravemente o complexo histórico do Parlamento da África do Sul no ano passado confessou hoje numa audiência em tribunal que “queimou intencionalmente” o edifício.

Zandile Mafe afirmou ainda a intenção de “queimar mais”, se o Parlamento não fosse transferido da Cidade do Cabo para a cidade de Bloemfontein ou Pretória.

Um incêndio de grandes proporções em janeiro de 2022 danificou gravemente o complexo histórico do Parlamento sul-africano, destruindo vários edifícios, incluindo o hemiciclo principal, onde têm assento os deputados.

O custo da reparação do complexo, ainda em curso, foi estimado em cerca de 120 milhões de dólares (107,3 milhões de euros) e os trabalhos demorarão, pelo menos, três anos.

Mafe foi detido no recinto do Parlamento pouco depois de ter ateado o fogo. Foi acusado de invasão de propriedade, fogo posto e terrorismo, mas o seu caso foi suspenso depois de um juiz ter ordenado que se submetesse a uma avaliação psiquiátrica para determinar se está em condições de ser julgado.

O juiz que supervisionou hoje a audiência, Nathan Erasmus, permitiu que Mafe terminasse o seu discurso, dizendo que não queria “exacerbar” a sua “condição mental”, segundo a imprensa sul-africana.

O juiz disse que um relatório de peritos indicava que Mafe não era capaz de compreender a ilegalidade dos atos de que é acusado, embora a decisão final sobre se haverá um julgamento criminal tenha sido adiada para o próximo mês.

Mafe também desafiou o tribunal a condená-lo a uma pena de 25 anos a perpétua, que é o que poderá enfrentar se o julgamento for para a frente. “Não tenho medo de uma pena de prisão perpétua”, gritou.

O incêndio na sede da democracia sul-africana suscitou críticas aos procedimentos de segurança em vigor no Parlamento, cujos membros se encontravam em pausa, pelo que os edifícios estavam praticamente vazios. Não houve feridos.

Mafe afirmou que está revoltado com várias questões na África do Sul. Considerou o partido político da oposição que dirige o município da Cidade do Cabo racista contra os negros e acusou o Governo de não ajudar os pobres.

LUSA

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