Os alunos do 5º e 6º ano do Ensino Básico Obrigatório da Escola de Monte Sossego, no Mindelo, organizam na sexta-feira, 23, a primeira edição do Festival do Kuskuz que pretende valorizar a cultura cabo-verdiana.
A informação foi avançada à Inforpress pela mentora do projecto, Maria dos Anjos Neves, professora de Educação Artística destes alunos e que disse ter decidido pôr em prática a iniciativa quando neste momento já existe festival do milho, da cachupa, mas, ainda não existia do cuscuz.
Neste sentido, a escola no bairro de Monte Sossego abre-se na sexta-feira aos pais e a toda comunidade que queira participar no evento, realizado como actividade de final de ano lectivo, mas também das festividades de San Jon (São João) comemorado neste sábado, 24.
Ao mesmo tempo, o Festival do Kuskuz tem a pretensão, segundo a mesma fonte, de valorizar a gastronomia, dança, música e outros elementos da cultura cabo-verdiana.
“A ideia é incutir cada vez mais a tradição nas crianças e o sentido de preservação do que é nosso”, explicou Maria dos Anjos Neves, professora também licenciada em História e cujo sonho sempre foi “ver a história acontecer ao vivo”.
Do sonho à realidade, a primeira edição do festival deverá envolver cerca de 400 crianças para diversas actividades, desde teatro, danças tradicionais, incluindo o ‘colá San Jon’ e apresentações musicais, incluindo uma música criada especialmente para o certame e denominada “Nha cabeça t’ratxá”.
Uma composição que vai ser apresentada ao vivo, mas, também já tem um vídeo-clipe com gravações em andamento e com as últimas imagens a serem captadas no decorrer do Festival do Kuskuz.
A parte cultural da festa será também preenchida com uma exposição de pinturas dos alunos feitas durante o ano lectivo, desfile de San Jon, ‘Mirron’, jogos tradicionais, apresentação dos tamboreiros-mirins da escola, apresentação da Banda Tropical Som e uma pintura de tela colectiva entre o artista Nilton Lima e alguns estudantes.
Maria dos Anjos conta ainda ensinar algumas alunas, durante a actividade, a confeccionar o tradicional cuscuz, como outras das vertentes da “história-viva”. O resultado dos pratos será vendido logo no local, com queijo, mel e outras “iguarias” da gastronomia cabo-verdiana.
A mentora explicou que o arranque do projecto está a ser feito dentro do meio escolar, mas, num futuro bem próximo conta levá-lo para outros ambientes de São Vicente, por exemplo no Quintal das Artes, centro da cidade do Mindelo, onde tem um espaço sob a sua gerência denominado “Raíz de nôs cultura”.
“Mas, a ideia não é ficar por aqui e sim ir para outras bandas de São Vicente, outras ilhas de Cabo Verde e quem sabe do mundo”, concretizou.
Inforpress