A ex-presidente do Conselho de Administração do Hospital Batista de Sousa, HBS, em São Vicente, Ana Brito, desmentiu, hoje, as alegações de que a antiga administração do hospital foi substituída devido à morte dos sete recém-nascidos nas últimas semanas de maio.
Ana Brito afirma que a substituição já era esperada, desde março e que as acusações são infundadas, além de ter destacado o progresso alcançado na Neonatologia desta unidade hospitalar.
Após a divulgação da informação e nas redes sociais de que a antiga administração do HBS foi substituída devido à morte de sete recém-nascidos, Ana Brito, acompanhada do medico Paulo Almeida, decidiu esclarecer os fatos, em conferência de imprensa realizada, esta sexta-feira no Mindelo.
“A substituição da administração do CA já era esperada desde meados de março passado, portanto, bem antes do episódio das mortes na neonatologia, quando a própria Ministra da Saúde se deslocou a São Vicente e convocou cada um dos membros do CA para uma conversa em particular e comunicou o seu propósito de substituir alguns elementos desse conselho de administração”, explicou.
A ex-presidente do CA argumentou que, se a administração foi demitida por causa das mortes dos recém-nascidos, não faria sentido convidar a superintendente de enfermagem e o outro membro do conselho para fazerem parte da nova equipa nomeada.
Ana Brito também, ressaltou que a gestão do Conselho de Administração cessante era eficiente, pois estava cumprindo o terceiro mandato e que ao longo dos sete anos, nunca receberam orientações políticas da tutela, o que evidencia o bom desempenho da administração anterior.
Sobre o inquérito aos casos de óbitos dos bebés, Brito comentou: “Outra prova final foi o resultado do inquérito levada a cabo por uma equipa independente do HBS, que mostrou claramente não haver culpas atribuíveis aos profissionais deste hospital”.
A medica expressou ainda preocupação com o aumento global de nascimentos prematuros, que tem sido apontado pela Organização Mundial da Saúde como uma “epidemia silenciosa”.
Enfatizou a importância de revisar os números e investigar as causas, para implementar medidas preventivas desde a atenção primária, no seguimento pré-natal, até a disponibilização de equipamentos adequados nos hospitais
“Pensamos que uma análise séria e responsável deveria levar nossos governantes a revisitar esses números e procurar as causas, para que medidas sejam tomadas desde a atenção primária, com um controle mais rigoroso entre as grávidas, no seguimento pré-natal, mas também com informações à população e porque não dotando os hospitais de equipamentos cada vez mais adequados para combater essa epidemia”, observou Ana Brito que acrescentou que “o hospital é a etapa final desse percurso, e quando as mãos chegam em trabalho de parto, nesses casos, antes do tempo devido, com bebês de risco”.
No caso em concreto, “tínhamos 3 prematuros extremos, ou seja, dois que nasceram às 27 semanas e um às 26 semanas de gravidez, um dos quais com muito baixo peso (790 grs) e os outros eram prematuros graves que necessitaram de internamento nessa unida- de neonatal de cuidados intensivos com ventilação mecânica invasiva após o nascimento. Ou seja, doentes bastante frágeis, cuja única chance de sobrevivência eram os cuidados intensivos na Neonatologia”.
A antiga PCA do HBS esclareceu que foram 3 prematuros extremos, ou seja, dois que nasceram às 27 semanas e um às 26 semanas de gravidez, um dos quais com muito baixo peso (790 grs) e os outros eram prematuros graves que necessitaram de internamento nessa unida- de neonatal de cuidados intensivos com ventilação mecânica invasiva após o nascimento.
“Ou seja, doentes bastante frágeis, cuja única chance de sobrevivência eram os cuidados intensivos na Neonatologia”, disse.
AC – Estagiária