A directora da Academia Livre das Artes Integradas do Mindelo (ALAIM) informou hoje que o espaço da instituição foi encerrado e entregue ao proprietário Ímpar Seguros, mas garantiu que vão continuar como associação.
Janaína Alves, que viajou para fora do País acompanhando o marido, João Branco, que deixou também o cargo de responsável pelo polo do Centro Cultural Português, no Mindelo, asseverou à Inforpress que entrega do lugar, situado no Alto Morabeza, zona de Madeiralzinho, foi feita no seguimento do acordo de “cedência precária” assinado entre as duas instituições e “sem a qual nada seria possível”.
“O Espaço da ALAIM sempre foi da Ímpar Seguros, e só uma relação de enorme confiança entre os seus administradores e os promotores deste marcante projecto de educação artística informal, permitiu tornar realidade a ocupação de um espaço com essas valências”, lê-se na nota enviada.
Segundo a mesma fonte, a academia, aberta em Janeiro de 2016, permitiu criar uma “nova centralidade cultural”, no Mindelo, mas, desde o encerramento, devido à pandemia da covid-19, já vinha passando por algumas dificuldades financeiras, apesar dos projectos assumidos e parceiros com quem assinou acordos.
Janaína Alves acredita que o “espírito filantrópico e de missão” da ALAIM foi a sua principal característica, chegando no último ano de funcionamento a “90% das crianças” como bolseiras, ou seja, com acesso às actividades sem custo para os agregados familiares.
Para a responsável, o que fica destes sete primeiros anos de vida é uma “profunda gratidão” a todos que contribuíram para o seu funcionamento.
“Com destaque para os que nos ajudaram e contribuíram para a transformação de um espaço abandonado no principal centro de formação artística informal do País, um projecto que se tornou, inclusive, num caso de estudo para instituições internacionais”, sublinhou.
Janaína Alves aproveitou para agradecer à Ímpar Seguros, às empresas e instituições parceiras, aos artistas, grupos, formadores que por ali passaram e aos “milhares de espectadores” que “sempre disseram presente e transformaram o Alto Morabeza numa nova centralidade cultural”.
Entretanto, conforme a mesma fonte, a ALAIM vai continuar a existir como associação sem fins lucrativos, embora sem espaço físico, mas reafirma o seu compromisso com a defesa e promoção das artes em Cabo Verde.