“O 25 de Abril de 1974  foi, acima de tudo, o reconhecimento de uma derrota já consumada”

29/04/2025 10:18 - Modificado em 29/04/2025 10:18
Guerrilha

Em celebração aos 50 anos da independência de Cabo Verde, este online, vai publicar, uma vez por semana, um texto abordando questões onde parece não haver consenso na opinião pública e que os parolos da aldeia, que antes só discutiam as suas asneiras nas tascas da aldeia, hoje com as redes sociais falam para o mundo como donos da verdade e doutores em quase tudo tendo como única fonte de informação o Facebook. 

O nosso método de abordagem é o método jornalístico baseado nos factos comprovados e comprováveis  e também nos factos históricos.

E na semana passada a rede social cabo-verdiana, devido ao facto das comemorações dos 50 anos da Independência de Cabo Verde terem o início no dia 25 de Abril se deliciou a papaguear sobre a importância do 25 de Abril  na independência de Cabo Verde, sobre o porquê do início das comemorações neste dia ou se tinha sido o 25 de Abril que conduziu à independência ou foi a luta de libertação nas colónias que conduziu ao 25 de Abril e ao consequente reconhecimento formal da independência. Vamos aos factos, embora este tipo de jornalismo esteja a morrer por estas bandas .

O 25 de Abril de 1974, frequentemente celebrado como o momento que trouxe a democracia a Portugal e a independência às colónias africanas, foi, na verdade, o desfecho inevitável de uma guerra já perdida militarmente. A narrativa de que o fim da ditadura levou ao colapso do império colonial oculta uma realidade mais dura: o Exército Português estava à beira da derrota em todas as frentes de batalha, especialmente na Guiné-Bissau, onde a guerrilha do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) controlava a maior parte do território, confinando as tropas portuguesas praticamente a Bissau.  

Este é um facto  que vou tentar demonstrar com factos históricos , resultados de uma pesquisa , ainda sem IA”  que fiz para um livro “que escrevo de vez em quanto” e um documentário sobre o Grupo de Cuba  que não cheguei a publicar.

A partir de 1968, começa a registar-se no seio do PAIGC uma acentuada tendência para a passagem de uma guerra de guerrilha para a convencional na medida em que passou a dispor de melhor e maior quantidade de armamento pesado.  

Aristides Pereira, primeiro presidente da República de Cabo Verde  e  ex-secretário geral do PAICV, cargo que ocupou depois da morte de Amílcar Cabral em Janeiro de 1973, explica essa mudança  tática no livro do jornalista José Vicente Lopes   “Aristides Pereira: minha vida, nossa história“ revelando que em 1968  um dirigente vietnamita , um especialista em outras guerras de libertação, visitou junto com Amílcar Cabral o interior da Guiné  e conclui que “vocês do ponto de vista da guerrilha já fizeram tudo; já não se pode avançar mais  a não ser  que  reúnam condições para passar a  um nível diferente”. E esse nível diferente seria desalojar os portugueses do quarteis. 

E  Aristides Pereira  releva as conclusões do expert vietnamita “ vocês já conseguiram fixar o inimigo   no terreno , tem que ser abastecido por via fluvial  ou por via área  e portanto , agora, ou vocês têm condições  de preparar gente  e ter material  apropriado  para desalojar o inimigo das fortificações  ou então a guerra vai ficar num impasse  …” 

Os conselhos do vietnamita foram seguidos e o PAIGC vai conseguir arranjar  armamento  e homens para passar a uma nova fase da guerra. E é  nesta nova fase que  muitos  cabo-verdianos  que vão  ser transformados em artilheiros, a grande maioria do chamado Grupo de Cuba , que recebeu treino militar em Cuba com o objectivo  de fazer um desembarque em Cabo Verde depois de Cabral abandonar essa ideia , precisamente em 1968 quando desconfiou que a CIA encontrou junto dos pertences de Che Guevara indicações sobre o plano de desembarque em Cabo Verde, vão ter um papel decisivo na viragem da  guerra na Guiné –Bissau , mas este assunto será o tema do próximo artigo

A partir de Março de 1970, o PAIGC intensifica os ataques sistemáticos com artilharia pesada aos quartéis fronteiriços, tais como os de Susana, São Domingos, Bigene, Guidadje, Candjambari e Barro, no Norte, e Guiledje, Gã-Turé, Bedanda, Catió e Buba, no Sul. 

No que respeita concretamente à área de Guiledje-Gadamael, o PAIGC dá mostras claras, a partir de 1971, de pretender desalojar este campo fortificado. Faz manobrar as suas forças segundo dois eixos convergentes, a partir de Salancaur/Botche Sanza (por Medjo) e Kandjafra. 

Efectivos do Corpo do Exército deslocam-se da Frente de Catió para reforçar os de Buba. Esboça-se assim a primeira tentativa do PAIGC de proceder ao corte de ligações terrestres entre Gadamael e Guiledje, para reduzir a ameaça que este último quartel exercia sobre o importante centro logístico de Kandjafra, na Guiné-Conakry.

Em  Maio de 1973 o PAIGC lançou uma operação que  chamaram de “Operação Amílcar Cabral”. Cabral, líder e fundador do PAIGC, tinha sido assassinado em Janeiro de 1973. Com essa operação o PAIGC desencadeou então uma ofensiva simultânea no Norte e no Sul da Guiné cercando os quartéis de Guidage, junto à fronteira com o Senegal, e de Guileje, encostado à Guiné-Conackri e depois a vizinha Gadamel que ficou conhecida entre a tropa portuguesa como a guerra “Guerra dos 3 G`s” (Guidage, Guileje e Gadamael), ou simplesmente como “morte” depois dos ataques das forças cabo- guineenses. 

Tinha começado a hora da viragem na guerra de libertação da Guine Bissau, a “operação Amílcar Cabral “viria a confirmar as alterações no teatro de guerra. O dia 25 de Março de 1973 marca um momento decisivo na guerra. Nesse dia, pela primeira vez, foi abatido um avião Fiat G-19 da Força Aérea Portuguesa. Entrava  nocenário de guerra os mísseis   Strella de fabrico soviético, e o comandante da base de lançamento dos mísseis era cabo-verdiano.

O relatório de ocorrências da tropa portuguesa falou em “arma desconhecida, tipo foguete”. E de 25 de Março a de 1 Abril foram abatidos seis aviões portugueses, num dos casos morreu o piloto tenente-coronel Brito, que se diz que não acreditado que a guerrilha tinha abatido cinco aviões foi confirmar a veracidade e foi atingindo por uma “arma desconhecida, tipo foguete”. 

O “Strela” que era um míssil terra -ar fornecido pela URSS A maior parte destas acções aconteceu, precisamente, na zona de Guileje, área do Comando Operacional 5 (COP5) criado menos de seis meses antes para fazer face ao previsível agravamento da guerra na frente sul, mas para onde não foram enviados mais do que 108 homens. A partir deste novo dado da guerra, os mísseis terra-ar, ficou muito condicionada a utilização de meios aéreos no apoio de fogo às tropas terrestres, na deslocação de feridos, no transporte logístico e na regulação de tiro da artilharia. 

Os efeitos do conflito passaram a ser devastadores nas fileiras portuguesas. Segundo números oficiais das Forças Armadas Portuguesas, só entre 13 e 27 de Maio morreram 38 soldados e 155 foram feridos na frente sul da guerra.

Em todo o primeiro semestre de 1973 registaram-se 135 mortes de militares portugueses em todo o território guineense. Foram as semanas da viragem da guerra a favor da guerrilha do PAIGC com mais homens no terreno, mais bem armado e preparado.  Era o efeito da “operação  Amílcar Cabral” que entre outros objetivos pretendia conquistar posições no terreno dominadas pelos portugueses e lançar o desânimos nas suas tropas.

E  o desânimo já tinha assente arraiais em Guilege. Há muito que a tropa não sai do aquartelamento, com receio de emboscadas dos guerrilheiros que sabiam estar próximos das suas posições. Na última saída foram atacadas por cerca de cem guerrilheiros .No quartel de Guilage sabia-se que o comando português sedeado em Bissau havia semanas que não evacuava feridos no Sul da Guiné. Os artilheiros espreitavam os céus prontos para disparar o “Strela”. Os aviões dos “tugas”, outrora senhores e donos dos céus da Guiné Bissau não se arriscaram a um voo que podia ser o último, com isso as guarnições, em caso de ataque, corriam o risco de ser dizimadas, porque não podiam contar com o apoio da Força Aérea.

 Guilege, sul da Guiné Bissau, junto à fronteira com a Guiné – Conakry.18 de Maio de 1973, 20 horas .Tinha  iniciado o ataque dos guerrilheiros do PAIGC ao aquartelamento português. Estava em marcha a “Operação Amílcar Cabral”. Os morteiros 120 mm fazem despejar 18 obuses de 3 em 3 minutos dentro do quartel. A bateria de artilharia de Kandifiara despejava fogo, sobre o que era considerado um dos quartéis mais bem fortificados da tropa portuguesa. Começou um verdadeiro inferno para os ocupantes do quartel. Após o troar dos abuses a sair das “bocas-de-fogo” da artilharia do PAIGC, os rebentamentos demoravam apenas  de 3 e m três segundos. Era o inferno. 

A tropa portuguesa mal conseguia levantar a cabeça. Mal se levantavam tinham que se deitar de novo. O troar dos canhões é apenas 1, 2, 3  segundos e os rebentamentos de novo. Muitas vezes não era possível ouvir o som dos obuses a sair das peças de artilharia e de outras vezes os rebentamentos aconteciam no ar. Também foram disparadas granadas perfurantes, com estragos que se conhecem.

Entre 18 e 22 de Maio, Guileje foi bombardeada 36 vezes. Uma mensagem de 21 de Maio descreve que o interior do aquartelamento tinha sido atingido durante uma flagelação com 200 impactos de granadas, que causaram “grandes danos materiais”. Indica, nomeadamente, que foram destruídas todas as antenas de transmissões, dois depósitos de gêneros, o forno da cozinha, tabancas, celeiros, arroz da população, havendo abrigos atingidos e danificados, bem como a secretaria, depósitos de artigos da cantina. Impactos houve que acertaram mesmo em valas-abrigos. 

 As mensagens trocadas entre o COP 5 e o Quartel-general mostram a situação que se vivia em Guilege. As 02h20 do dia 18 de Maio, quatro horas após o início do ataque desferido por 650 guerrilheiros do PAIGC, o COP 5 solicitou apoio urgente, pois estava debaixo de fogo contínuo. “Foi-lhe respondido em 19, 00h30- assinala o relatório do comando chefe- que a força aérea se encontrava totalmente empenhada noutra área do Território operacional e que seria efectuado o apoio aéreo logo que possível.” 

A Força Aérea Portuguesa que apareceu a apoiar a guarnição de Guilege, após o ataque das 15h15 às 16h30, o mais intenso de todos e o que provocou um morto e muitos danos materiais, foi informada que o quartel estava sem transmissões, tendo prometido ir lá de noite, se possível, e no dia seguinte, logo de manhã. Mas não voltaram. E sabe-se que quem impedia o apoio aéreo era o míssil terra – ar Strela  operado pelos guerrilheiros. A confissão é do próprio comando Chefe das Tropas portuguesas na Guine Bissau “A partir de 06Abr73, o apoio aéreo no TO [território operacional] da Guiné sofreu grandes limitações impostas pelo aparecimento de foguetes antiaéreos eficazes, utilizados pelo inimigo, pelo que, no que se refere a COP 5, foi determinado, em 27Abr73, o cancelamento de evacuações a partir de Guileje e Gadamael. 

O apoio de fogos aéreos às forças terrestres sofreu também, a partir da mesma altura, fortes restrições.”· Mesmo assim o comandante do COP 5, major Coutinho Lima, enviou mensagens a alertar para a gravidade da situação. Informou que “a não satisfação do pedido de apoio de fogos, (…) bem como a não execução das evacuações” tinha causado “mal-estar no pessoal”.


Os dois primeiros dias de ataque foram terríveis para a tropa portuguesa. Sem apoio aéreo, sem reabastecimento, estavam entregues à sua sorte e à mercê da metralha dos homens do PAIGC ,que não abrandava. Do lado da guerrilha a ordem era para manter a pressão. O objetivo era tomar o aquartelamento e lançar o desânimo nas tropas coloniais. A pressão se mantinha-se e Guilege estava sitiada. A moral dos ocupantes estava arrasada, os soldados não tinham nem água, nem comida, nem munições, a guerrilha atacava a 500 metros, ou menos, do quartel com guerrilheiros empoleirados nas árvores a disparar.

Nos dias anteriores à retirada, as bombas da bateria de artilharia de Kandifiara abatiam-se sobre o quartel e dele quase nada restou de pé. Os RPG7 da guerrilha rebentavam no ar e caíam em chuveiro sobre o quartel, deixando marcas de destruição em todo o lado. Nos seis abrigos amontoavam-se soldados e população. Do dia 18 em diante, até a evacuação, muita fome ali se passou porque os flagelamentos do PAIGC foram praticamente incessantes. Às 14h15 do dia 21, é recebida, em Gadamael, a última mensagem de Guileje: “Estamos cercados de todos os lados.” Seguiu-se o silenciamento das comunicações de e com o quartel. Às 05h30 do dia 22, Guileje foi evacuada. Uma mensagem, enviada dois dias depois de Gadamael, informava que de Guileje não foi “recolhida qualquer viatura”, e especificou: um camião Mercedes, quatro Berliet, três Unimog 404, 1 Unimog 411, 1 jipe, um veículo de cavalaria Fox, dois White, que teriam sido “destruídos parcialmente”. Ficaram, ainda ,o terreno, segundo a mensagem, três morteiros 81, um morteiro 10,7 cm, bem como duas bazucas de 8,9, dois morteiros de 60, três metralhadoras Breda e sete G3, que foram danificadas ou destruídas, mas sete pistolas-metralhadoras FBP ficaram para trás “não destruídas” e pelo menos quatro G3 desaparecidas.

No dia 22 de Junho a tropa portuguesa abandonou o quartel de Guilege, indo contra as ordens do Governador e Comandante em Chefe das Forças Armada Portuguesas, que sem conseguir garantir apoio aéreo, evacuação dos feridos, reabastecimento das tropas exigiu ao major Coutinho Lima que se mantivesse em Guilege. Batiam as 21 horas do dia 21 de Maio quando Coutinho e Lima mandou reunir todos os oficiais e, depois de analisada a situação, decidiu retirar de madrugada para Gadamael pelo trilho da população. De imediato elaborou uma mensagem em que pedia autorização para retirar.

Em Guileje, com a moral arrasada, os soldados não tinham nem água, nem comida, nem munições, o inimigo atacava a 500 metros, ou menos, do quartel. Optaram por não ficar. Porque havia apenas dois cenários: seriam mortos ou feitos prisioneiros.

Fugiram para o aquartelamento de Gadamael, pelo trilho de mato que ligava os dois quartéis. Os soldados sedentos, famintos e, alguns, doentes, abandonaram Guileje em passo lento e levaram malas de viagem, sacos militares, armas, mochilas. Mal sabiam, nessa altura, que Gadamel também seria atacada e que seriam obrigados a esconderem-se no mato.

Trinta e cinco anos depois, o comandante Osvaldo Lopes da Silva  comentou a fuga da tropa portuguesa: “eu pessoalmente digo que fiquei aliviado que eles tivessem saído, foi melhor”.Ah! É verdade tinha esquecido de dizer que a operação foi dirigida por um cabo-verdiano de São Nicolau: o comandante Osvaldo Lopes da Silva

 A “ Operação Amílcar” estava em curso. De um lado e do outro sabia-se que o rumo da guerra na Guiné tinha virado. O PAIGC passava a dominar as operações e mostrava que era mais forte em homens, em moral, em equipamento.

A Guerra na Guiné-Bissau: O Exército Portuguguês Encurralado**  

Na Guiné-Bissau, a situação militar era insustentável em 1974:  

– **Controlo Territorial:** O PAIGC, dominava mais de 70% do território, incluindo vastas zonas rurais e importantes cidades. O Exército Português mantinha apenas posições defensivas em Bissau e alguns pontos fortificados, incapaz de retomar a iniciativa.  

– **Superioridade Militar do PAIGC:** Com apoio da URSS, China e Cuba, o PAIGC dispunha de armamento moderno (mísseis antiaéreos *Strela*, artilharia pesada) e tinha uma estrutura militar bem organizada, incluindo batalhões regulares.  

-.  

– **Reconhecimento Internacional:** Em 1973, a ONU já reconhecia a independência da Guiné-Bissau, e o PAIGC controlava efetivamente o país. Portugal só não admitia a derrota devido à obstinação do regime salazarista/marcelista.  

 **Angola e Moçambique: A Guerra sem Solução Militar**  

Se na Guiné-Bissau a derrota era evidente, em Angola e Moçambique a situação também caminhava para o colapso:  

– **Angola:**  

  – As três principais guerrilhas (MPLA, FNLA, UNITA) tinham amplo controle rural, e o Exército Português estava desgastado após 13 anos de guerra.  

  – A estratégia de “africanização” da guerra (recrutamento maciço de soldados angolanos) mostrava a incapacidade de Lisboa em sustentar o esforço militar.  

  – A iminência de uma ofensiva conjunta das guerrilhas em 1974-75 tornava a derrota inevitável.  

– **Moçambique:**  

  – A FRELIMO controlava todo o norte do país e avançava para o sul, com vitórias significativas como a queda de Vila Cabral (atual Lichinga).  

  – A população rural apoiava massivamente a guerrilha, e as tropas portuguesas estavam cada vez mais desmoralizadas.  

  – O general António de Spínola, em *”Portugal e o Futuro”* (1974), admitia que a guerra não podia ser vencida militarmente.  

O 25 de Abril: O Golpe que Reconheceu a Derrota**  

A Revolução dos Cravos não causou a independência das colónias – **foi a inevitabilidade da derrota militar que levou ao 25 de Abril**. Os oficiais do MFA (Movimento das Forças Armadas) sabiam que a guerra estava perdida e que continuá-la só levaria a um colapso maior. O próprio Spínola, antes do golpe, já defendia uma solução política, não militar.  

A narrativa de que “o 25 de Abril deu independência às colónias” serve para suavizar a humilhação da derrota. Na realidade, Portugal já não tinha condições de manter o império, e foi o desastre militar que forçou o fim da ditadura – não o contrário. A independência das colónias era inevitável, com ou sem revolução  …dos cravos   

Conclusão  

Portanto, quando o movimento dos capitães chega às ruas para “libertar os portugueses“. A situação no campo de batalha era a que descrevemos com base em documentos das Forças Armadas Portuguesas . Conversas, não gravadas ,  que tive com sargentos Comandos que prestaram serviço militar na Guiné, quando prestei serviço militar no Regimento de Comandos  da Amadora ( 1981/ 83)   depoimentos  de combatentes  como Aristides Pereira , Agleno Dantas, Osvaldo Lopes da Silva , “ Toco”, Silvino da Luz ( também em inúmeras conversas não gravadas) entre outros, quando preparava para a  TCV um documentário sobre o Grupo de Cuba  que nunca foi publicado.

O 25 de Abril foi, acima de tudo, o reconhecimento de uma derrota já consumada. Na Guiné-Bissau, o Exército português estava encurralado; em Angola e Moçambique, a guerra caminhava para um impasse insustentável. A participação crucial dos cabo-verdianos no PAIGC e o domínio guerrilheiro sobre o terreno mostram que a vitória militar portuguesa era impossível. O fim da ditadura não causou o fim do império – foi o colapso do império que matou a ditadura.

Eduíno Santos

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