Presidente da Câmara de Comércio de Barlavento diz as instituições em Cabo Verde usam o silêncio para frustrar muitas iniciativas

9/04/2025 23:23 - Modificado em 9/04/2025 23:23

O presidente da Câmara de Comércio de Barlavento, empossado para o seu segundo mandato à frente da instituição, afirmou que as instituições em Cabo Verde frustram, castram iniciativas empresariais, projetos e outros pelo silêncio.

De acordo com Jorge Maurício, este é um grande mal, que tem de ser, de facto, bem trabalhado por todos, por todas as instituições do Estado, de uma forma transversal, para que haja um melhor ambiente de negócio em Cabo Verde.

O presidente do conselho directivo da CCB, o país precisa garantir um ambiente de negócio que atraia investimentos. “Nós temos de cuidar de quem já investiu. As instituições em Cabo Verde, às vezes, esquecem-se de quem já está cá, quem já investiu” e lembrou que, muitas vezes, os investidores externos deixam de o ser depois de estarem cá.

Ou seja, realçou que nós temos de cuidar da manutenção de quem está, quem investiu em Cabo Verde, quem é investidor externo, quem quer estar em Cabo Verde, quem quer fazer negócio em Cabo Verde.

“Isto tem de ser feito numa lógica construtiva, numa lógica de um diálogo público-privado permanente. O Governo sozinho não consegue fazer nada”.

Segundo Jorge Maurício, que lembrou que o governo está para cuidar das pessoas, destacou que o executivo deve criar condições, tudo o que é normal para que as empresas cresçam, floresçam, façam negócio, façam negócio de forma previsível.

E defendeu que a previsibilidade é importante, mas, elucidou que mais que a previsibilidade, às vezes, é o relacionamento entre as instituições.

“Muitas vezes contactamos as instituições em Cabo Verde e, realçou que quase nunca respondem. “Este mal tem de ser erradicado de Cabo Verde. As pessoas são pagas, estão na administração pública ou em outras instituições, são pagas para trabalhar. Não é para criar obstáculos. Não é para responder com silêncio”.

Sustenta que o silêncio é uma arma frutífera, por vezes. Mas quando é muito, acaba por ser mortífera. “É um desprezo. É uma falta de respeito. É uma falta de educação”.

Por isso a afirmação de que as instituições em Cabo Verde frustram, castram iniciativas empresariais, projetos e outros pelo silêncio.

Uma perspectiva apoiada pelo Ministro da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial e da Modernização do Estado e da Administração Pública, Eurico Monteiro, que realçou que a pior coisa que pode acontecer é o silêncio da Administração Pública.

“E, infelizmente, na Administração Pública, a resposta preferida é o silêncio. Não responder para essa forma típica, clássica, normal da Administração responder às pessoas. E nós, de facto, devemos combater o silêncio da Administração e ter uma Administração que tenha o cuidado de responder”, sublinhou Eurico Monteiro.

O governante, asseverou que a Administração Pública, hoje não é tanto a autoridade como o servidor público.

“Hoje a Administração Pública é mais servidora das pessoas, das empresas, do que a autoridade que antes se ostentava. Portanto, hoje a Administração Pública deve ser entendida nesses termos, de procurar, de facto, que sirva às pessoas e sirva, portanto, as empresas”.

 Em relação à nova equipa que vai conduzir os destinos da Câmara de Comércio de Barlavento, CCB, garantiu que vão fazer aquilo que tinham de fazer no mandato anterior, mas aquilo que é necessário fazer para o bem e o sucesso dos empresários.

“A Câmara de Comércio da Barlavento distingue-se por ser uma instituição equidistante dos interesses. Aqui o interesse é simplesmente e tão-somente um.

A vida dos empresários, o crescimento e o desenvolvimento das empresas para gerarmos mais emprego, mais rendimento e mais qualidade de vida para Cabo Verde e para os cabo-verdianos. Esta também é a nossa missão. Nós não cuidamos apenas dos números, mas cuidamos também das pessoas que geram os números.

“A nova equipa da Câmara de Comércio de Barlavento também é muito diversificada, com competências em todos os sectores, com conhecimento profundo do mercado de Cabo Verde, com conhecimento profundo das questões que, por vezes, são barreiras, mas barreiras às vezes criadas por pessoas que nós estamos a chamar de “blockers”. Há pessoas que são “blockers” porque bloqueiam, bloqueiam os processos e, através do bloqueio dos processos, bloqueiam o desenvolvimento das empresas”.

Portanto, Jorge Maurício assegurou que o papel da nova equipa é diferente. “O nosso papel é construir. É construir através da formalização, é construir através da eliminação de barreiras, é construir através de um clima de negócio, um ambiente de negócio favorável para todos”, concluiu.

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