Sindicatos afirmam que publicação da lista de subsídio aos professores por não redução da carga horária é consequência da greve

21/09/2024 17:35 - Modificado em 21/09/2024 17:35

O Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) e o Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof) consideraram hoje que a publicação da lista de subsídio aos professores por não redução da carga horária é consequência da greve.

Esta reacção foi feita à Inforpress a propósito da publicação esta sexta-feira, 20, no Boletim Oficial, da lista de professores contemplados com o subsídio por não redução da carga horária, um total de 1.005 professores do ensino básico do regime de monodocência.

Segundo a presidente do Sindprof, Lígia Herbert, a publicação da lista é consequência da greve daí que, acrescentou, não pode vir agora o Ministério da Educação dizer que não houve ganhos.

“A lista saiu, exactamente pela pressão, mesmo não querendo dizer que a greve originou a saída da lista, porque já nos tinham solicitado para suspender essa greve para sair a lista, mas nós fomos como São Tomé, ver para crer”, assegurou.

A sindicalista acusou o Ministério da Educação de vir agora com a “narrativa hiperbólica” de estar a dizer que já se zeraram as pendências, mas, adverte que há ainda muitas outras pendências por resolver, como a questões das promoções e outros professores com direito a este mesmo subsídio e que não foram contemplados.

“Então nós felicitamos os professores dizendo aos que não saíram e que têm direito, que devem se dirigir ao Ministério da Educação ou à delegação dos seus concelhos para resolverem esse problema”, afirmou, frisando que o mais estranho é que sai o subsídio pela não redução da carga horária e não sai a redução da componente lectiva para os professores de ensino secundário.

O presidente do Sindep, Jorge Cardoso, por seu lado, congratulou-se com esta decisão do Governo, mas afirma que isto significa que a luta valeu a pena, uma vez que, segundo recordou, esta lista esteve engavetada e deveria sair desde o mês de Julho.

“Esteve engavetado nos gabinetes dos Ministérios, porque deixamos de ter Ministério da Educação e agora passamos a ter Ministério da Educação, da modernização das finanças e fica um pouco complicado”, acusou.

Para Jorge Cardoso o que deveria merecer também atenção são as reduções das componentes lectivas mostrando que de acordo com o que está na lei, é que os professores que leccionam na monodocência, que é no primeiro ao quarto ano, têm direito a receber de 10 mil a 25 mil escudos de acordo com as reduções de horas semanais.

“Mas, no entanto, o Governo agora na tentativa de ludibriar aparece com números, cerca de 1.005 docentes que beneficiaram, portanto, destes subsídios relativamente aos anos 2017, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24. E nós estamos no final de 2024 ainda muitos professores nos contactam a dizer que não foram contemplados”, disse.

Ou seja, frisou Jorge Cardoso, toda a sociedade cabo-verdiana e todos os professores em especial devem entender que só com “muita pressão” é que se consegue mover este Governo que chama de “extremista e ditador”.

Inforpress/Fim 

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