Mais de 150 escolas no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) foram atacadas por grupos armados desde janeiro, numa escalada de violência que afetou a educação de mais de 62.000 crianças, denunciou a organização Save the Children.
Os grupos armados atacam escolas e muitas vezes queimam secretárias e cadeiras, deixando os alunos sem um espaço seguro para aprender, sublinhou a organização não-governamental (ONG) num comunicado enviado à agência de notícias EFE na noite de terça-feira.
A província de Kivu do Norte é uma das regiões do país mais atingidas por um conflito que, no ano passado, levou cerca de um milhão de pessoas a deslocarem-se internamente devido aos confrontos violentos.
Dezoito escolas estão atualmente ocupadas por grupos armados e 113 estão a ser utilizadas como abrigo temporário para deslocados internos da província.
Os ataques a escolas na República Democrática do Congo têm um “impacto devastador” na educação das crianças, já que 4% das escolas estão ocupadas ou inutilizadas, segundo a ONG, que trabalha na RDCongo desde 1994.
Desde 1998, o leste da RDCongo vive conflitos alimentados por dezenas de grupos rebeldes armados e pelo exército congolês, apesar da presença de uma missão das Nações Unidas (MONUSCO), com cerca de 16.000 militares no local.