O Festival Internacional de Música Baia das Gatas terminou esta segunda-feira, após quatro dias de muita música e atrasos que este ano, fizeram parte do cartaz nos dias 15, 16, 17 e 18 de agosto.
Após estes quatro dias, a organização, na voz do presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, fez um balanço positivo e prometeu, caso ainda estiver na frente da autarquia nos próximos anos, continuar a trabalhar para manter o nível do festival, senão elevá-lo cada vez mais.
“Para encerrar o último destes 4 dias de festa, fizemos o balanço deste grande festival”, conforme Augusto Neves, reiterando que quem faz o balanço é a população. “A nossa tarefa é trabalhar. E seguiremos trabalhando para apresentar cada ano um melhor produto”, afirmou.
No entanto, diz que há uma satisfação generalizada. “Cumprimos o plano como estava previsto”, destacou, ao mesmo tempo que desvalorizou os atrasos registados nesta edição. “Isso é natural, porque esses técnicos trabalham o dia inteiro, 24 horas por dia para garantir que tenhamos um festival a altura e às vezes, devido a alguns confrangimentos, podemos registar alguns atrasos, mas isso não tirou o brilho a festa”, realçou.
Sobre o festival em si, disse que são 40 anos de muitos desafios e por isso chegar a esse momento com toda essa multidão é motivo de muita alegria. “Não podemos estimar quantas pessoas passaram por aqui, mas acredito que aumentou este ano”, contabilizou Augusto Neves, neste que é o último grande evento cultural em São Vicente, antes das próximas eleições autárquicas.
“O povo sabe perfeitamente que passamos por momentos difíceis, sem orçamento durante dois anos, que não foram aprovados pelos partidos da oposição. Mas nós, como somos duros na queda, resistimos e apresentamos um festival deste nível”, atirou Augusto Neves.
O festival terminou na manhã desta segunda-feira, 19, com a atuação de Elji Beatzkilla, que na sua estreia como convidado da organização, fechou o certame com chave de ouro.
Antes passou pelo palco, zouk das Antilhas, com Phil Control e Jamice, Harry Dibola e Francky Vincent.
Depois foi a vez do reggae, com Romain Virgo, que chegou deixando a suam marca com uma atuação enérgica. O angolano C4 Pedro, que já esteve no festival noutras ocasiões deixou muito a desejar, com uma atuação, que parecia uma conversa, do que propriamente um show musical.
Questionado sobre os valores desta 40ª edição do Baía das Gatas, diz que não gosta de falar de números. Nós não falamos de números porque há toda uma equipa trabalhando nisso, logo eu não avanço coisa que eu não sei”, desviou o autarca, que no entanto, alegou que há muita gente ajudando.
“Há muita gente ajudando, muitos patrocinadores. Toda a equipe da Câmara trabalhou incansavelmente. O orçamento é ter um festival a este nível. Esse é o meu orçamento. Todos os festivais aqui realizados em São Vicente, nós recorremos aos patrocinadores, se não era impossível”, concluiu Augusto Neves.
O Festival de Música da Baía das Gatas, que este ano pela primeira vez se estendeu por quatro dias, teve a sua primeira edição no dia 18 de Agosto de 1984.
É realizado anualmente na praia da Baía das Gatas, a oito quilómetros da cidade do Mindelo, e não se realizou ali apenas em 1995, devido a uma epidemia de cólera que assolou Cabo Verde, e nos anos 2020 e 2021, por causa da pandemia da covid-19, em que se concretizou o evento no formato online.
A Câmara Municipal de São Vicente, que organiza o certame, reserva uma verba no orçamento municipal para fazer face às despesas com a logística, viagens e cachê de artistas de Cabo Verde e do estrangeiro, mas “o grosso do montante” para suportar o evento, de acordo com a autarquia, provém de patrocínios de empresas e outras instituições.
Elvis Carvalho |