PAICV critica falta de compromisso do MpD com a diáspora, apontando desafios persistentes

28/06/2024 19:43 - Modificado em 28/06/2024 19:43

Na sessão plenária desta sexta-feira deputada Marlene Rocha, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), acusou o governo do Movimento para a Democracia (MpD) de não cumprir as promessas feitas à diáspora, destacando problemas nos transportes e nos serviços alfandegários, enquanto o deputado Jaime da Cruz Monteiro, do MpD, defendeu os avanços realizados.

Eleita pela Europa do maior partido da oposição, a deputada Marlene Rocha, levantou sérias preocupações acerca das condições enfrentadas pelos cabo-verdianos na diáspora, especialmente na Europa.

A parlamentar destacou os desafios com os transportes aéreos e marítimos e criticou o governo do MPD por não cumprir com as promessas feitas. “Os transportes aéreos e marítimos pioraram, os custos dos bilhetes são elevadíssimos, e as ligações interilhas continuam sendo um autêntico calvário, o que intimida e inibe muitos imigrantes a visitarem a terra-mãe”, afirmou a deputada.

A título de exemplo apontou a ilha de São Nicolau que a seu ver é um “exemplo paradigmático”. Sobre as alfândegas, a deputada afirmou que estas “não são aquele conto de fadas que o MPD quer passar”, pois ainda há muitas reclamações e muitos constrangimentos.

Enfatizou a necessidade de uma política cultural mais inclusiva, considerando a diáspora como a “11ª ilha de Cabo Verde” que merece ser melhor ouvida.

Em resposta às críticas, o deputado Jaime da Cruz Monteiro, do MPD, defendeu as ações do governo, ressaltando os avanços nos serviços consulares. “A diáspora agora, em termos de serviços consulares, está muito melhor servida. O serviço online, que antes era um martírio, hoje permite que um imigrante obtenha o seu passaporte em menos de 10 dias, podendo inclusive receber o passaporte em casa”, disse Monteiro.

Monteiro também rebateu as alegações de dificuldades alfandegárias, afirmando que os serviços são hoje mais simplificados e económicos. “Os serviços de alfândega são um serviço mais simplificado, mais rápido, mais económico. O governo, hoje, é mais do que nunca, está valorizando a diáspora”, acrescentou.

Além das questões relacionadas à diáspora, outros temas foram levantados durante a sessão, incluindo a falta de respostas adequadas em matéria de saúde mental e alegações de discriminação no relacionamento entre o Governo e as Câmaras Municipais.

AC – Estagiária

  1. Santinho Varela

    Nunca nós os emigrantes enfrentaram tantos problemas e dificuldades como aqueles que agora estamos enfrentando.Basta ver a problemática do despacho das pequenas encomendas.É mais cansativo e custo muito mais dinheiro despachar uma pequena encomenda do que nunca. A alteração nos trâmites tornaram os custos mais altos para os emigrantes, permitir às agencias como a Polar e outros ganhar muito mais dinheiro e causar perda de receitas às Alfandegas e por conseguinte ao Estado de Cabo Verde.
    Quanto aos transportes, basta lembrar quantos barcos e aviões o Estado de Cabo Verde tinha em 1990 e quantos tem hoje. Quanto aos transportes aéreos e marítimos estamos numa situação pior do que antes da independência.
    Não são os meios de transportes nacionais que estão garantindo a vinda dos turistas a Cabo Verde.

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