A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) defendeu, hoje em São Vicente, a retoma das aprendizagens oficinais para combater o abandono escolar masculino. A posição foi defendida pela deputada Zilda Oliveira, destacando a necessidade de políticas mais inclusivas e diversificadas para combater o problema.
Em Conferência para antevisão à II Sessão Parlamentar de Junho,que começa esta quarta-feira, 25, a parlamentar destacou que a tendência de maior abandono escolar entre os rapazes requer uma abordagem diferenciada do governo.
Oliveira defendeu a criação de políticas alternativas à educação formal tradicional, apontando para a importância de retomar as aprendizagens oficinas e formações profissionais. “Há uma tendência para nós pensarmos que a educação formal deve ser pensada para todos. Mas nós sabemos que nem todos querem a educação formal. Então nós temos que criar outras oportunidades, outras ofertas formativas”, disse a deputada.
A parlamentar relembrou que o Instituto de Formação e Emprego já havia oferecido formações voltadas para a aprendizagem em oficinas, sugerindo a necessidade de reavivar essa prática. “Nós temos sistematicamente feito um apelo para se ponderar a possibilidade de nós retomarmos essa prática”, declarou.
No nível do ensino secundário, Oliveira destacou as altas taxas de repetência e sugeriu a formação profissional como uma solução viável.
Além disso, a deputada alertou para as consequências sociais do abandono escolar, como a delinquência juvenil e o desemprego. “Nós temos um número significativo de jovens fora do sistema de ensino e de formação, desempregados e isso acaba por trazer outros males sociais”, explicou, apontando como exemplo a “delinquência juvenil”.
A questão da igualdade de género também foi abordada por Oliveira, que enfatizou a necessidade de políticas que considerem tanto meninas quanto rapazes. Políticas essas que sejam capazes de “acolher esses jovens que não querem seguir essa via de ensino”.
A democrata-cristã concluiu, ressaltando a importância de considerar formações técnicas e médias como alternativas válidas à formação superior. “O país não se faz somente com pessoas formadas a nível do ensino superior. Portanto, nós temos que fazer outras apostas. Temos que criar outras respostas”, finalizou Zilda Oliveira.
AC – Estagiária