Deputado Orlando Dias classifica como “irresponsáveis” as declarações de Olavo Correia sobre a dívida com a CEDEAO

4/06/2024 13:51 - Modificado em 4/06/2024 13:51

Na sequência das recentes declarações do Ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, sobre o não pagamento da taxa comunitária à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o Deputado Nacional Orlando Dias não poupou críticas, classificando as afirmações do ministro como “de uma enorme irresponsabilidade”.

Orlando Dias, que também é Deputado da CEDEAO, afirmou que as declarações de Olavo Correia são “não inteligentes, descabidas e uma vã tentativa de justificar o calote que o Estado de Cabo Verde tem perante a comunidade”.

Dias sublinhou a importância de honrar compromissos internacionais: “Um país de bem, quando assina acordos e aprova critérios, tem que ter a responsabilidade e a integridade de cumpri-los.”

O deputado também sugeriu que, caso Cabo Verde considere o montante de pagamento exagerado, deve pelo menos pagar uma parte do valor de forma regular. “Que pague, pelo menos, metade, um terço, um quarto ou até um décimo anualmente, e não ficar sem pagar durante vários anos, com maior incidência nos últimos sete anos consecutivos,” enfatizou.

Este deputado alertou que a CEDEAO está exigindo que Cabo Verde dê um sinal de pagamento anualmente, independentemente do montante que pode satisfazer e frisou que a renegociação dos critérios de pagamento não pode justificar a ausência de pagamento por sete anos consecutivos.

“Cabo Verde só estará em condições de renegociar os critérios de pagamento da taxa comunitária se começar a dar sinais anuais de pagamento,” disse.

Sobre a acumulação da dívida, que ultrapassa os trinta milhões de euros, Dias foi categórico ao afirmar que isso demonstra uma falta de vontade de Cabo Verde em continuar na CEDEAO, o que este parlamentar considera “preconceituoso, um erro político e uma cínica falta de vontade desprezível.”

As críticas de Orlando Dias surgem em resposta às declarações do Ministro das Finanças, Olavo Correia, que na conferência de imprensa de ontem abordou as dívidas de Cabo Verde junto à CEDEAO e defendeu a necessidade de rever a fórmula de pagamento adotada em 1996. Correia pediu ainda para que o assunto das dívidas não seja tratado na praça pública.

Importa referir também que na semana passada, o Presidente da República também se pronunciou sobre as dívidas de Cabo Verde junto à CEDEAO, considerando a situação, que ultrapassa os 28 milhões de euros, como grave.

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