São Vicente – APESC contra a “destruição” do estaleiro naval da ONAVE de outras infraestruturas navais

20/05/2024 19:05 - Modificado em 20/05/2024 19:05
Foto – Li kê Terra

O presidente da Associação de Armadores de Pesca de Cabo Verde (APESC), diz que a ex ONAVE não está no mercado, não está à venda. Suzano Vicente falava aos jornalistas, para se posicionar contra a “destruição” do estaleiro, que segundo o mesmo, existe um grupo de “interesseiros” em “abocanhar” o terreno para construção hoteleira.

Para este responsável este estaleiro continua sendo um dos pilares que sustentam o setor das pescas a nível nacional, e que “mesmo depois de ser desmantelada e destruída por um grupinho muito bem identificado e por objetivos obscuros ainda por esclarecer”, acusou Suzano Vicente.

O presidente da APESC argumenta que o Governo de Cabo Verde, reconhecendo a importância estratégica desse estaleiro para o setor de construção, reparação e manutenção naval das embarcações de pesca e nativas de recreio, está investindo mais de 17 mil contos na sua recuperação

Por isso, veio a público reafirmar a intenção da Associação dos Amadores de Pesca em manter-se na defesa deste património público e em oposição à insistência de pessoas ou grupos muito bem identificados que querem, a todo o custo, vender terrenos na ONAVE. 

“Dizer que continuamos atentos a movimentos do tipo, todas as vezes que surgem possibilidades de mudança do Governo ou do Ministro que tutela este setor, este mesmo grupinho muito bem identificado volta à carga às mesmas pessoas, os mesmos indivíduos que desmantelaram e destruíram o estaleiro, reagrupam-se com desenhos de marinas e hotéis que dizem valer mais de 35 milhões de euros mas que, no entanto, nunca conseguiram apresentar ou prestar uma garantia ou uma caução de 2 mil contos”.

Neste sentido, deixa claro que os armadores nacionais são a favor do investimento direto estrangeiro, contudo repudiam a toda e qualquer espécie de especulação imobiliária. “Os cabo-verdianos devem repudiar a todas e qualquer atitude daqueles que almejam obter direitos sobre patrimónios públicos para depois vendê-los a retalho e interesses estrangeiros, a troco de não saber o quê”. 

Com efeito, a APESC afirma que rejeita categoricamente toda e qualquer proposta de transferir o estaleiro naval da ONAVE para a zona de Cova de Inglesa, o que segundo este armador irá destruir a praia balnear, que é uma zona de lazer para as populações das zonas de Mundo Sossego, Campim, Dji d’Sal, Ribeira de Vinha, Ribeira de Julião, Fonte Francês, Fernando Pó, Ribeira de Craquinha, Ribeira Bote e demais populações das outras zonas da ilha que utilizam esta praia para os seus momentos de lazer nos dias quentes de verão e não só. 

Suzano Vicente diz que os armadores nacionais agradecem ao Ministro do Mar, Abraão Vicente, pela determinação em defender os estaleiros navais da ONAVE e da CABNAVE e da praia de Cova de Inglesa. E também ao Presidente da Câmara de São Vicente agradecemos pela firmeza e determinação deste processo e o desafiam a vir a público e posicionar-se em defesa da nossa querida praia de Cova de Inglesa. 

“Desafiamos os potenciais candidatos às próximas eleições à Câmara de São Vicente a apresentarem projetos de requalificação da nossa querida praia de Cova de Inglesa”

O estaleiro da EX-ONAVE possui uma história rica, tendo sido construído na segunda metade do Século XIX para servir a frota da marinha costeira nacional.

Embora tenha sido desmantelado ao longo do tempo, o estaleiro foi recuperado nos anos 80, com o apoio da cooperação internacional, para atender à frota pesqueira emergente e oferecer os serviços necessários de manutenção.

No entanto, o elevado estado de degradação atual limita suas operações, restringindo-o ao serviço de alagem de embarcações, com sérias dificuldades de funcionalidade e segurança.

Elvis Carvalho

  1. LOcalzação

    Parece-me muito melhor se a ONAVE fosse deslocalizada para integrar uma extensão da Cabnave e deixar aquele espaço para investimento no turismo.
    Seria dez mil vezes mais benéfico para o desenvolvimento de S.Vicente.
    Np entanto, isso não tem de significar que aquele espaço tem de ir parar nas mãos desses caboverdeanos manhentos.
    Que receba um investimento estrangeiro e que se explore as atividades da ONAVE, na Cabnave.
    Porque só quem não tem a mínima sensibilidade é que não compreende que a baía do porto grande é o ex-líbris de S.Vicente.

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