Profissionais de Saúde entregam pré-aviso de greve de 3 dias

31/10/2023 16:56 - Modificado em 31/10/2023 17:04

Os sete sindicatos que representam os profissionais de saúde, nomeadamente o SINTAP, SINTCAP, SISCAP, SICOTAP, SLTSA E SINMEDCV, entregaram um pré-aviso de greve para os dias 15,16 e 17 de novembro, após mais uma reunião negocial com o Ministério da Saúde. Em causa a falta de comprometimento da ministra da saúde em acatar as reivindicações destes profissionais.

Conforme os sindicatos, a greve afetará todos os departamentos de serviços de saúde em todas as ilhas, e abrange todas as classes profissionais.

A greve vai exigir o salário base do pessoal de apoio operacional, a publicação do regulamento da carreira médica e respetivas grelhas salariais, bem como o descongelamento das progressões. No caderno reivindicativo está ainda a regulamentação da carreira de enfermeiros, integrar os médicos especialistas na carreira, como tal.

Também a criação da carreira dos técnicos de saúde, gestão e sistema, e publicar o Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS).

Em declarações à imprensa, Luis Fortes, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), diz que após a reunião com a ministra da saúde no passado dia 25 do corrente mês, na cidade da Praia, deixou claro a posição da tutela, que se recusa a comprometer com os sindicatos, no sentido de resolver algumas das reivindicações acima citadas, no final deste ano e no decorrer de 2024.

“Os trabalhadores mostram-se revoltados e descontentes, face ao arrastar das pendências laborais há vários anos, e por isso decidiram incumbir os sete sindicatos de entregar um pré-aviso de greve ao Ministério da saúde”, referiu.

A greve de 72 horas, conforme o sindicalista, vai afetar todos os departamentos e estruturas de Saúde, de Santo Antão a Brava e abrange todas as classes profissionais que exercem funções nas estruturas de saúde em todas as ilhas.

Por sua vez, o representante da classe médica, o médico Tito Rodrigues, referiu que as diferentes classes profissionais do sector têm reivindicado algumas questões há vários anos que têm tido, por parte do Ministério da Saúde, uma postura de adiamento contínuo.

“São reivindicações antigas, e muitas delas já foram feitas em 2018/2019, portanto, precisamos que a ministra e o Governo de Cabo Verde assumam que esses problemas, todos são prioritários e que não deverão ir além de 2024. Nós queremos garantias em 2023”, afirmou.

Tito Rodrigues, afirmou, ainda, que os profissionais de saúde estão dispostos a ir para os dias 15, 16 e 17, mas estão determinados em continuar para além destas datas e, com várias outras formas de luta para obter os objetivos fundamentais para, que possam ter um sistema de saúde que responda às necessidades da população.

E vai mais longe ao afirmar que o sistema de saúde está em crise e a beira de um colapso, e esta é uma verdade que tem que ser dita aos cabo-verdianos.

Por isso, assegura que os profissionais de saúde e sindicatos estão dispostos a trabalhar para resolver estas questões e aguardam a posição da Direção-Geral do Trabalho para encontros de entendimento. 

A paralisação está marcada para começar às 8 horas da manhã do dia 15 de novembro e término às 8 horas da manhã do dia 18.

Elvis Carvalho

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