O advogado assistente do ofendido, Teófilo Figueiredo, na altura diretor do serviço aeroportuário em São Vicente, justifica este pedido, alegando que desta forma, Armando Gonçalves, arguido do caso, poderá ser coagido a não perturbar ainda mais, Figueiredo e sua família, com ameaças, telefonemas perturbadores, entre outros.
A audiência do julgamento de Armando Gonçalves, que aconteceu esta terça-feira, 04 Fevereiro, no primeiro Juízo Crime do Tribunal da Comarca de São Vicente, onde o arguido responde pelos crimes de honra, calúnia, injuria e ameaças de morte contra o Teófilo Figueiredo e a sua família.
Refere que desde de junho de 2018, Armando Gonçalves, ex-funcionário da ASA, começou a manifestar a intenção, na altura ainda em funções, conforme a acusação, de perturbar o funcionamento normal dos trabalhos, depois de terem sido efetuadas algumas alterações nas chefias intermédias, das quais fazia parte e que acabou por dar como finda a sua comissão de serviço.
Durante o seu interrogatório, Armando Gonçalves confessou parcialmente os factos, afirmando desconhecer os outros. Este alega que outros factos, como mensagens e email com ameaças de morte, apesar de terem sido envidas pelo seu endereço, não foram da sua autoria, defendendo que o telemóvel e a sua conta de email foram hackeados.
Admite ainda, que na altura de alguns actos assumidos, estava com muita raiva, com problemas pessoais e que nunca teve nenhum tipo de problema disciplinar que justificasse o fim da sua comissão de serviço e no calor da revolta cometeu alguns actos reprováveis.
No entanto, continua firme na sua acusação de corrupção contra o antigo director da ASA. É que conforme o assistente João do Rosário, este, para se proteger das ameaças e ter alguma paz, foi obrigado a se demitir da empresa e se aventurar-se no estrangeiro com a família. “Foram feitas várias ameaças a Teófilo Figueiredo nas redes sociais e inclusive chegou a partir o para-brisa traseiro da sua viatura”.
Portanto, este causídico diz que a audiência de julgamento mostra como a “falta de motivação e por tão pouco, alguém se prejudica e prejudica outrem”.
“Acho normal uma nova direcção fazer algumas mudanças nas chefias. E não tem de ser justificado com competência”, afirma João do Rosário, que diz ainda que “deve ter sido uma decisão que não terá sido tomado de ânimo leve e que ninguém por ter problemas com outro o vai punir desta forma”, defendeu.
Na sua alegação Nelson Cruz, diz que o seu cliente assume os factos que reconhece e que devidas as características do ocorrido, o tribunal deve ter em conta tudo isso no momento da sentença.
A sentença está marcada para o dia 10 Fevereiro as 8h30.