Segundo a Associated Press, a senadora do principal partido da oposição, Unidade Democrática, autoproclamou-se Presidente interina e, no momento do anúncio, não estavam presentes representantes do partido de Evo Morales, Movimento para o Socialismo.
A sessão extraordinária da Assembleia Legislativa foi marcada na segunda-feira por Jeanine Añez, que é também a segunda vice-presidente do Senado da Bolívia, para analisar a renúncia de Evo Morales ao cargo de Presidente da República.
Jeanine Añez, uma advogada opositora de Morales de 52 anos, reivindicou o direito de assumir interinamente a chefia do Estado até à realização de novas eleições, dadas as demissões do vice-presidente da República e dos presidentes e vice-presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados.
Evo Morales renunciou ao cargo no domingo, após quase 14 anos no poder, numa declaração transmitida pela televisão do país.
Morales demitiu-se depois de os chefes das Forças Armadas e da polícia da Bolívia terem exigido que abandonasse o cargo para que a estabilidade e a paz possam regressar ao país.
A Assembleia Legislativa da Bolívia recebeu na segunda-feira a carta de renúncia de Evo Morales, em que o Presidente diz esperar que o seu gesto evite mais violência e permita “paz social” no país que governou durante 13 anos.
A Bolívia sofre uma grave crise desde a proclamação de Evo Morales como Presidente para um quarto mandato consecutivo nas eleições de 20 de outubro, uma vez que a oposição e os movimentos da sociedade civil alegam que houve fraude eleitoral.
Por Lusa