“A reunião [dos ministros dos Negócios Estrangeiros da OCI] manifesta o seu repúdio total e a sua condenação” da promessa de Netanyahu, refere-se num comunicado da organização.
“A paz no Médio Oriente só será alcançada com a retirada israelita dos territórios ocupados em 1967, incluindo Jerusalém Oriental”, acrescenta-se no documento.
A organização acusa Israel de, com este anúncio, procurar “dinamitar os esforços da comunidade internacional com vista a estabelecer uma paz duradoura e global com base no princípio de dois Estados”, que prevê um Estado palestiniano coexistente com o de Israel.
Os chefes da diplomacia da OCI manifestaram ainda a sua solidariedade com os palestinianos, apelando à comunidade internacional que os apoie também.
Organizada a pedido da Arábia Saudita, esta reunião coincidiu com o anúncio pelo Governo israelita da legalização de um colonato na Cisjordânia ocupada, a dois dias das eleições legislativas em Israel.
O colonato de Mevoot Yericho localiza-se perto de Jericó, a principal cidade árabe do vale do Jordão, situada a norte do Mar Morto.
O Governo aceitou “transformar o colonato selvagem de Mevoot Yericho, no vale do Jordão, num colonato oficial”, anunciou o gabinete de Netanyahu.
O primeiro-ministro israelita prometeu na semana passada anexar o conjunto dos colonatos judeus no vale do Jordão, língua de terra estratégica que representa cerca de 30% da Cisjordânia ocupada, se ganhar as eleições.
Este anúncio foi vivamente criticado pelos responsáveis palestinianos, que nesta anexação veem a morte do processo de paz, e por parte da classe política israelita favorável à anexação, mas que considera o ‘timing’ eleitoralista.
Por Lusa