Abuso sexual em Salamansa: “Queremos justiça, não queremos dinheiro” – Familiares indignados contra sentença de 4 anos suspensa e indemnização de 250 contos a cada uma das vitimas 

3/01/2024 16:03 - Modificado em 4/01/2024 11:16

A sentença proferida pelo Segundo Juízo Crime do Tribunal da Comarca de São Vicente, caiu como uma bomba na vida dos familiares das vitimas de Arlindo Matias, 62 anos, que foi condenado a 4 anos e oito meses de cadeia por abuso sexual de menores, suspensos por 4 anos sob a condição de pagar uma indemnização de 250 contos a cada uma das três vítimas menores.

De relembrar que as três crianças, na altura dos factos, tinham entre 7 aos 10 anos de idade. A sentença foi lida no dia 27 de dezembro.

A sentença proferida ao suspeito da prática de crimes continuados da agressão sexual a crianças da  pacata aldeia piscatória de Salamansa, gerou tanta indignação, que os familiares e outras pessoas da comunidade reuniram-se a frente do Tribunal para uma manifestação contra o “absurdo da sentença”.

É que além da pena suspensa, Arlindo Matias terá de pagar uma indemnização de 750 contos as vitimas. “Queremos justiça, não queremos dinheiro. queremos justiça, não queremos dinheiro”, começou a gritar a multidão, na praça em frente ao Tribunal.

Para Ticiana Matias, mãe de uma das vitimas, a intenção do protesto, foi para exigir justiça. “Não aceitamos de nenhuma forma a sentença, porque foi uma ofensa para nós. A pena e a indemnização”, referiu a mãe que diz que neste momento, a população esta revoltada.

E consideram que a justiça não foi feita de nenhuma maneira. “Se houve esta condenação então houve indícios, ou provas que mostram que isso aconteceu, porque se não houve nada, não deveria haver haveria condenação”, criticou outro familiar.

E a ideia de estabelecer a indemnização, conforme as nossas fontes mostram uma “insensibilidade” do juiz e que isso transmite uma mensagem forte. “Esta sentença está a dizer aos abusadores que podem fazer o que quiserem que terão apenas que pagar um valor monetário e nem irão para a cadeia”, atirou.

Com efeito, questionam “esta justiça” que dizem, permite que as vitimas continuam a viver este calvário que é o “convívio” na comunidade com o acusado. “Ficaram marcadas para sempre e no dia a dia convivem com a sua presença na comunidade”.

Uma decisão que espalhou uma onda de indignação na ilha e nas redes sociais. “Como é que pode um juiz dormir com uma sentença dessa. Se calhar não tem filhos”, criticou outra manifestante. É que a ideia das menores, serem “pagas” pela agressão que sofreram não entra na cabeça de nenhuma delas.

Um familiar de uma das meninas disse a este online que “é uma monstruosidade o que ele fez as crianças. As crianças foram submetidas a dois exames médicos que confirmaram as suspeitas de crime sexual.Esperávamos que ele iria apodrecer na cadeia. Mas agora com isso, a população não está satisfeita e a justiça pode ser outra”, avisa.

Os crimes eram cometidos na casa do suspeito, local onde as vítimas frequentavam para brincarem com sua neta.

O acusado, recorde-se que também era responsável pela paroquia da localidade. O caso foi revelado porque uma das crianças já não aguentou mais “sofrer em silêncio” e foi falar com o padre, contando-lhe o que vinha sucedendo. E

Este comunicou a denúncia à Judiciária que se deslocou, à casa do suposto agressor sexual, tendo as autoridades detido o suspeito para mais averiguações.

EC

  1. Dje d Soncent

    quanddo vai ver justicia em caboverde se essos juizes os mais corruptos que os delinquentes

Comente a notícia

Obrigatório

Publicidades
© 2012 - 2024: Notícias do Norte | Todos os direitos reservados.