Orlando Dias, candidato derrotado nas eleições internas do Movimento para a Democracia (MpD), acusa a candidatura vencedora, liderada por Ulisses Correia e Silva, de ter montado um esquema de fraude para garantir a vitória. Apesar da derrota, Orlando Dias reafirma seu compromisso com a democracia e promete continuar lutando por mudanças no partido.
Orlando Dias afirma que Ulisses Correia e Silva saiu fragilizado das eleições internas do MpD, com uma parte significativa do partido não servindo na sua liderança e a preferir um novo líder e novos caminhos para o partido. “Ao fim de 10 anos à frente do MpD, a meio do segundo mandato enquanto primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses sai de fato fragilizado destas eleições”, disse este candidato.
Embora reconheça que os resultados eleitorais que obteve ficaram aquém do esperado, Orlando Dias defende que sua campanha “Mais democracia” foi uma força a ser considerada no interior do partido. Dias prometeu continuar a lutar para devolver o partido aos militantes.
Orlando Dias reafirma a desigualdade entre as candidaturas e denuncia a utilização de bens do partido e do Estado no processo eleitoral pela candidatura de Ulisses Correia e Silva.
O mesmo também acusa a candidatura vencedora de “violações flagrantes da democracia”, como a transformação de algumas mesas de voto em pontos de propaganda e a permissão de votação de pessoas que não constavam dos cadernos eleitorais.
A candidatura que suporta Orlando Dias está preparando um relatório detalhado sobre o esquema de fraude que diz ter sido montado, inclusive com eliminação de votos em algumas mesas, como na Cidade Velha, Maio, Portugal e Holanda.
Orlando Dias encerra afirmando que a única certeza é que voltará a concorrer nas próximas eleições do partido. “Com um projeto que apenas teve o apoio da base e confrontados com o esquema de fraude generalizado, conseguimos o feito de levar a candidatura até o voto, o que naturalmente determinará que a partir dessas eleições nada será como dantes”, conclui.