PM pede “equilíbrio e compromisso” e afirma que trabalho digno não se alcança actuando apenas sobre os salários

8/12/2023 13:36 - Modificado em 8/12/2023 13:36

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, pediu “equilíbrios, compromissos e posições sensatas”, afirmando que o objectivo do trabalho digno não se alcança actuando apenas sobre os salários dos que trabalham.

O chefe do Governo discursava na cerimónia de assinatura do Programa País para o Trabalho Digno em Cabo Verde 2023-2027 entre o Governo, os parceiros sociais e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“É preciso, para além de proteger o emprego e o rendimento dos que trabalham, criar condições para o emprego digno, criar novos empregos, proteger as pessoas e as famílias que mais sofrem os impactos da inflação – os mais pobres e vulneráveis”, disse.

Por isso mesmo afirmou que são precisos equilíbrios e compromissos para garantir a estabilidade económica através da consolidação orçamental, inflação, contas externas, elementos que considera importantes para a confiança interna e externa na economia, para o financiamento das empresas e para a estabilidade dos preços e dos rendimentos.

“A instabilidade económica, nomeadamente o excesso do défice orçamental e da dívida pública, atinge quer o Estado, quer as empresas, quer os trabalhadores. Cria mais dificuldades para proteger o emprego e o rendimento, para criar novos empregos e para proteger os mais pobres e vulneráveis. Por isso a necessidade de posições sensatas e equilibradas”, realçou.

Ulisses Correia e Silva acrescentou ainda que são precisos equilíbrios e compromissos para que o sector privado opere num ambiente que estimule o investimento e o empreendedorismo, a criação de novas empresas, o crescimento e o desenvolvimento empresarial e com isso a manutenção e a criação de empregos.

“São precisos equilíbrios e compromissos para que o trabalho seja melhor remunerado e exercido em condições de segurança, motivação e produtividade”, disse, pedindo um forte compromisso com o trabalho digno e com o país.

Ulisses Correia e Silva reiterou que é preciso compreender os contextos, a posição de cada entidade relativamente àquilo que é mais sagrado neste país, que é a estabilidade, tanto económica como social e laboral.

“Termos a noção exacta dos limites. Ir para a actualização de salários de até 26 por cento ultrapassa todos os limites que alguma vez possamos conceber num país como Cabo Verde, aliás, em todos os outros países”, disse, fazendo alusão à exigência dos professores que motivou uma greve nos dias 22 e 23 de Novembro.

O primeiro-ministro anunciou para o mês de Janeiro a assinatura do Acordo de Concertação Estratégica para 2024/2026 visando a harmonização e convergência de interesses do Estado, das empresas e dos trabalhadores em torno de política de crescimento económico sustentável e resiliência, laboral, políticas activas de emprego e de empregabilidade e de rendimentos e preços e a política de proteção e de inclusão social.

Cabo Verde assinou hoje com a OIT o Programa País para o Trabalho Digno em Cabo Verde 2023-2027, documento estratégico, concebido com base nas prioridades nacionais identificadas pelos signatários, visando contribuir para a promoção do trabalho digno no país.

O documento está assente em três importantes prioridades, designadamente o reforço do capital humano e social, a transformação económica inclusiva, prosperidade e uma transição justa para um ambiente saudável, e a governação transformadora centrada no desenvolvimento e coesão territorial reforçada. Estabelece um total de sete resultados e 32 produtos.

Inforpress/fim

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