Greve afeta mais de mil passageiros nos voos domésticos em Cabo Verde

16/11/2023 16:45 - Modificado em 16/11/2023 16:45

A paralisação de dois dias protagonizada pelos tripulantes de cabine dos voos domésticos em Cabo Verde impactará 1.013 passageiros com bilhetes adquiridos para os dias de hoje e sexta-feira, conforme informou o diretor-geral da operadora Bestfly à Lusa.

“Bestfly Cabo Verde fará um esforço significativo para reprogramar esses voos nos próximos dias. Estamos otimistas de que a situação estará normalizada até domingo”, destacou Américo Borges, sublinhando que os serviços mínimos garantem cinco dos 14 voos programados para hoje e quatro dos 10 agendados para quinta-feira.

Além disso, uma transferência médica da ilha da Boa Vista para a capital, Praia, na ilha de Santiago, será assegurada. O diretor-geral da Bestfly/TICV (Transportes Interilhas de Cabo Verde) observou que o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública Central (SACAR) não cumpriu integralmente a escala de serviços mínimos, mas a empresa está a conseguir atender às necessidades com a colaboração de voluntários.

“Fomos surpreendidos hoje pela falta de compromisso dos trabalhadores sindicalizados, que não compareceram para cumprir com os serviços mínimos. Isso nos preocupa, pois é uma violação à lei e um desrespeito ao serviço público e aos cabo-verdianos”, enfatizou.

Na quarta-feira, o sindicato, em conferência de imprensa, anunciou 16 reivindicações, sendo uma delas relacionada à falta de seguro em caso de acidentes a bordo. No entanto, Américo Borges afirmou que a companhia está em conformidade com todos os seguros obrigatórios.

O diretor-geral da Bestfly Cabo Verde negou as acusações de assédio moral e outras violações feitas pelo sindicato. “Temos tentado trazer o pessoal ao diálogo, conversar quando as coisas não estão bem”, explicou, acrescentando que a empresa continua aberta ao diálogo.

Américo Borges reclamou da “intransigência” nas negociações realizadas na segunda e terça-feira, após o pré-aviso de greve, destacando que a empresa está disposta a negociar. No entanto, segundo a empresa, o SACAR encerrou unilateralmente a reunião, solicitando a definição imediata dos serviços mínimos sem apresentar contrapropostas.

A companhia reconheceu os esforços de mediação da Direção-Geral do Trabalho, mas lamentou que, apesar da disponibilidade manifestada pela TICV, não tenha sido possível chegar a um acordo.

“Foi o SACAR que encerrou as negociações, não demonstrando disponibilidade para o consenso que é tão necessário para melhor servir Cabo Verde e os cabo-verdianos”, concluiu a empresa em comunicado divulgado hoje.

C/LUSA

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