O tema das evacuações voltou a ser objecto de uma declaração política do PAICV no Parlamento, à qual se seguiu um debate caloroso tendo como pano de fundo o caso ocorrido no último fim-de-semana. Vera Almeida foi a deputada do PAICV que proferiu a declaração política sublinhando o retrocesso no sistema de evacuação de doentes entre as ilhas, colocando ênfase no contrato de concessão entre o Governo e a Binter.
“Nos últimos tempos, desde a saída da TACV das operações aéreas inter-ilhas, tem-se assistido a um franco e intolerável retrocesso no que tange à evacuação de doentes entre as ilhas. Transportar doentes entre as ilhas em embarcações de boca aberta começa a tornar-se rotina, com registo de casos graves com consequências fatais, reflectindo claramente um recuo do sistema”, declarou a deputada. Acrescentando que a actual companhia aérea segue uma lógica meramente comercial e que se tem “recusado sistematicamente a prestar esse serviço alegando falta de condições materiais, afirmando que só tem autorização da AAC para transportar passageiros e cargas”.
Facto que a bancada do MpD discordou afirmando que a companhia no seu comunicado demonstra que tem feito evacuações sistemáticas, ultrapassando noventa evacuações. Orlando Dias, do MpD, que falou em nome da bancada, colocou a tónica que se deve punir quem tem propagado notícias falsas e que o PAICV se tem baseado em notícias falsas para fazer política.
A bancada do PAICV, assim como a UCID, pediu que o Governo reveja o contrato de concessão com a Binter e que fique expressa a questão das evacuações. António Monteiro, da UCID, pede ao Governo que a questão das evacuações seja revista e que a empresa seja obrigada a transportar passageiros em situações de emergência, para que o último caso não se volte a repetir. E que em caso de emergência, “nem que se coloquem todos os passageiros em terra para transportar um doente, deverá fazê-lo, porque a vida humana tem maior peso que uma viagem de negócio”.
Da parte do PAICV, o pedido é o mesmo. Que o contrato seja revisto e que se dê prioridade às evacuações, até à chegada do avião anunciado pelo Governo para cuidar das evacuações.
O Ministro Elísio Freire questiona se está perante líderes ou agitadores sociais, isto devido à proporção que o caso tem tomado. Ele que considera que os líderes devem falar a verdade, avança que o Governo se vai pronunciar de forma definitiva sobre o caso só “após a conclusão do inquérito. Não podemos andar no diz-se que se diz, e na suspeição gratuita de estar constantemente em quezilas partidárias”.