Câmara de Comércio procura bancos noutros países para auxiliar as empresas cabo-verdianas – presidente

8/11/2023 15:47 - Modificado em 8/11/2023 15:47

A Câmara de Comércio de Sotavento e a de Turismo de Cabo Verde irão procurar, no próximo ano, bancos noutros países para auxiliar na capitalização das empresas cabo-verdianas, anunciou hoje Marcos Rodrigues.

O presidente da Câmara de Comércio de Sotavento (CCS), também presidente do Conselho de Administração da FIC, fez estas afirmações em conferência de imprensa realizada para detalhar a programação da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), quando instado sobre o impacto do aumento das taxas de juros do Banco de Cabo Verde (BCV) para as empresas.

No passado 31 de Outubro, o Banco de Cabo Verde aumentou a taxa de juro diretora em 25 pontos-base (PB), de 1,00% para 1,25% e a taxa de juro das facilidades permanentes de absorção de liquidez em 15 pb, de 0,55% para 0,7%.

“Posso dizer que as câmaras do comércio e de turismo estão muito atentas a toda a situação económica nacional e a questão dos bancos nacionais, e iremos no próximo ano desencadear várias reuniões internacionais à procura de bancos noutros países que possam ajudar as nossas empresas com dinheiro a um melhor preço”, vincou o PCA.

Segundo Marcos Rodrigues, o aumento das taxas de juros tem sempre impacto nas empresas, todavia, o BCV tem tido um cuidado grande neste quesito.

“Estou certo de que deve ter já analisado profundamente a questão económica nacional e que devido à conjuntura internacional deve fazer aqui alguns acertos, mas que estes acertos não sejam penosos para as empresas que já sofrem bastante dificuldade”, considerou Marcos Rodrigues.

O mesmo lembrou ainda que a classificação da economia cabo-verdiana é “incipiente”, ainda muito familiar, sem grandes capacidades de assumir o “preço elevado do dinheiro”.

“Esta poderá ser uma das vantagens da competitividade nacional e espero muito bem que o banco central e todo o ecossistema económico nacional possam estar atentos para que não fragilize muito mais o tecido empresarial nacional que tantas dificuldades tem para poder honrar os seus compromissos”, perspectivou Marcos Rodrigues.

Quando instado, em contrapartida, sobre o impacto do Orçamento de Estado para 2024 para as empresas nacionais, respondeu que este se trata de instrumento oficial que deve merecer consideração, todavia é com tempo que mostra a sua eficácia.

“Disse ontem numa reunião sobre o Orçamento do Estado que os valores apresentados pelo Governo são valores que encorajam a dinâmica económica, mas é no terreno que vamos enfim perceber a perfeição e a estruturação desses valores que são colocados neste momento no Orçamento de Estado”, completou aquele responsável.

No entanto, o mesmo ressalvou que Cabo Verde usufrui de uma economia muito a quem do seu potencial e que pode desenvolver muito mais e o tecido empresarial nacional pode fazer muito mais, havendo condições necessárias, por isso destacou a importância da internacionalização das empresas e a procura de novos mercados.

Para isso, Marcos Rodrigues considerou ser crucial que o financiamento esteja disponível a preços acessíveis, afirmando que os empresários cabo-verdianos estão dispostos a explorar novos mercados internacionais para fazer negócios e impulsionar significativamente a economia nacional.

O PCA da CCS defendeu, por fim, que Cabo Verde precisa impulsionar ainda mais suas indústrias. Por isso, sugere que seja necessário identificar quais indústrias e áreas principais devem ser desenvolvidas e ampliadas para fins de exportação.

Inforpress

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