As boas medidas nunca chegam tarde. E reconhecer o papel de Francisco Xavier da Cruz mais conhecido por B.Léza na morna chega tarde mas é uma boa medida .Mesmo quando por este país se ergueram estátuas e se rezaram louvaminhas a figuras menores. Mesmo quando encomendaram a morte da morna por ser um estilo menor e nada africano . Mas Cizé não deixou e levou nos seus pés descalços a morna para o mundo . Um mundo que se rendeu a um estilo único e original nascido da mestria de um povo crioulo nascido do cruzamento de culturas e civilizações , enquanto em Cabo Verde não distinguia a morna e os seus intérpretes . Chega tarde . Mas hoje chamo a lua , a que é vagabunda do espaço e, qui conchê tudo nha vida
Nha disventura, para testemunha ou simplesmente dar um beijo de saudade ao Tejo pa el leva mar e mar leva nha terra. Por que lua já raia na azul d céu azul num sereno mês de Abril . Se luz espai na mar ma na rosto de nha cretcheu .
A medida chega tarde , mas B.Léza nos ensinou dias-há que gente gentio ca ta c’me gente.
Eduino Santos
Francisco Xavier da Cruz também conhecido comoB.Léza
(S. Vicente, 13 de Dezembro de 1905 – 14 de Junho de 1958)
O seu estilo e a sua obra, que começaram a ter sucesso na década de 1950, marcaram a música de Cabo Verde nos vinte anos seguintes. Compôs dezenas de mornas, entre as quais se destacam “Eclipse”, “Miss Perfumado”, “Resposta de Segredo Cu Mar” e “Lua Nha Testemunha”, que, diz a lenda, foi composta no leito do hospital, dias antes da sua morte a 14 de Junho de 1958.
Diz também a lenda que muitas pessoas iam ter com o mestre B. Léza para lhe pedir uma morna para a pessoa amada, para uma serenata ou para assinalar um acontecimento. Em questão de dias, B. Léza tinha a obra feita. Moacyr Rodrigues escreve que “influenciado pela música brasileira e argentina – B.Léza – vai enriquecer não só a música com a introdução do meio-tom mas também a letra pelo desenvolvimento de ideias”.
Um abraço para todos que loge estão de “Terra Longe” – Mantenhas