Cabo Verde recebe do FMI cerca de 32 milhões de dólares para promoção da resiliência e sustentabilidade

2/11/2023 19:38 - Modificado em 2/11/2023 19:38

Cabo Verde e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alcançaram um acordo ao nível do corpo técnico e o país terá acesso a cerca de 32 milhões de dólares para promoção da resiliência e sustentabilidade, anunciou hoje o vice-primeiro-ministro.

Olavo Correia, também ministro das Finanças e do Fomento Empresarial e ministro da Economia Digital, falava em conferência de imprensa, na cidade da Praia, sobre o balanço da missão do FMI que está em Cabo Verde para a revisão trimestral do Programa de Facilidade de Crédito Alargada (ECF, na sigla inglesa), apoiado pelo Fundo.

“O FMI faz uma avaliação muito positiva da nossa performance económica em Cabo Verde que nos motiva para continuarmos a caminhada em relação aos desafios com os quais estamos e seremos confrontados, mas também o facto de termos chegado a um acordo para que Cabo Verde possa aceder ao Fundo Fiduciário para Facilidade de Resiliência e sustentabilidade (RSF- sigla inglesa) do FMI com até 100% da quota. Estamos a falar em valores aproximadamente de 32 milhões de dólares americanos”, declarou o governante.

Olavo Correia destacou a importância deste montante para auxiliar na aceleração da agenda que engloba a transição energética, acção climática, construção de uma economia circular, bem como para credibilizar Cabo Verde, permitindo o acesso a novos fundos climáticos e ambientais em escala global, e alavancar novos financiamentos a nível internacional.

Nas próximas semanas, vincou, o vice-primeiro-ministro, Cabo Verde terá o seu programa analisado e aprovado pelo Fundo Monetário Internacional.

Por outro lado, reforçou, as avaliações sobre o Programa de Facilidade de Crédito Alargada (ECF) são muito positivas, tendo em conta que a economia está a crescer a “bom ritmo”, a inflação está a reduzir-se, todos os indicadores económicos estão a reger bem nesta trajetória de recuperação da actividade económica.

Esta avaliação é justificada ainda, conforme acrescentou o governante, pela boa performance no quadro da economia real, do plano monetário, do plano das finanças públicas, mas também no plano da balança de pagamentos.

“A dívida pública está a reduzir-se em termos de percentagem do PIB o que é uma boa, tendência, aliás somos um dos países que melhor desempenho tiveram nos últimos anos em matéria de redução de dívida pública, mas temos de continuar com este trabalho para que possamos atingir um saldo primário positivo “, completou.

Para que Cabo Verde atinja este objectivo, salientou, há que, mormente, controlar as despesas públicas, aumentar ainda mais a capacidade de arrecadação e de mobilização de recursos endógenos e é fundamental que continue as reformas para aumentar de forma “substancial” o potencial de crescimento da economia.

“Crescer 4,5% hoje é bom quando comparamos com os anos anteriores e outras geografias, mas quando olhamos com os desafios que estamos a ser confrontados temos de, se calhar, duplicar o potencial de crescimento da nossa economia, e para que isso aconteça temos de actuar sobre alguns sectores críticos, o energético e da água e saneamento, transição energética, economia circular”, sublinhou o vice-primeiro-ministro.

Olavo Correia acrescentou ainda que há que actuar em relação à transição digital, ao nível de criação de condições para que o país tenha um melhor nível de serviço no que tange as conectividades e mobilidade, de entre outros.

Por seu lado o chefe da missão do FMI, Justin Tyson, adiantou que as metas ao abrigo do programa foram alcançadas e as autoridades cabo-verdiana estão em vias de superar as metas para o ano final de 2023 em termos de receitas tributárias e saldo primário, tendo assim felicitado a equipa pelo sucesso alcançado e por ter chegado a um entendimento com o corpo técnico.

Apontou ainda que a RSF deverá apoiar as reformas de Cabo Verde no sentido de reforçar a gestão das políticas relativas às alterações climáticas, aumentar a resiliência fiscal e física, reforçar os esforços de adaptação e mitigação em sectores em sectores chaves e melhorar a resiliência do sector financeiro às alterações climáticas.

Inforpress/Fim

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