Mais de 30 famílias que moram no bairro de “Tchetchénia” em Ribeirinha, nas casas sociais construídas pela autarquia mindelense na década de noventa, reclamam que a até a esta data não possuem documentação que comprove que as habitações lhes pertencem, conforme foi prometido na época .
As casas estão com problemas de rachaduras, os tectos precisam de obras e muitos não tem possibilidade de efectuarem de remodelação das moradias.
Segundo os moradores, na altura em que receberam as moradias, já vai para mais de vinte anos, durante o mandato de Onésimo Silveira, foi-lhes prometido que após doze de anos a pagarem renda, valor simbólico de mil escudos, a habitação passaria a pertencer-lhes de forma definitiva. Só que não possuem nenhuma documentação que comprova este acordo.
Uma das moradoras que mora no local há 22 anos conta que a casa em que mora está cheia de rachaduras, infiltrações e outros problemas. Segundo ela, o presidente da CMSV esteve no local na altura das eleições para avaliar a situação das rachaduras, mas até agora nada foi resolvido. “Durante os vinte anos que estou aqui com a minha família, já estive na câmara diversas vezes, juntamente com outros moradores para que a autarquia regularize a nossa situação”, diz.
No entanto até esta data ainda estão na mesma, sem nada resolvido. “Na altura assinamos um contrato na Câmara, de pagamento de renda de mil escudos e foi-nos prometido que passados doze anos, a casa era nossa”, mas passado este tempo, alguns moradores ainda continuam a pagar a referida renda e como “as pessoas estavam alegres porque estavam a mudar para uma casa com melhores condições, ninguém exigiu documentação comprovativa” dizem.
Afirmam que estão a espera que autarca mindelense cumpra o prometido e regularize a situação, já que estão numa situação vulnerável e deixam a pergunta: “Então se a câmara decidir tomar as moradias, como é que ficamos?”. Apesar de não acreditarem neste cenário, estão a procura para que a situação seja normalizada.
E questionam ainda se foi apenas uma promessa de campanha, já que também foi feito um levantamento dos danos das casas, mas trabalho que é bom nada. “Muitos de nós não consegue dar manutenção nas moradias porque não temos possibilidades”. E referem aos programas municipais que ajudam na requalificação das moradias e porque nenhum morador, apesar de todas as insistências ainda não foram contemplados.
A degradação das moradias é algo visível, uns piores que outros, como é o caso de uma moradora de 80 anos, que dorme preocupada todos os dias com medo de algum momento e teto abafe os moradores. “Moramos no primeiro andar e encontramos numa situação perigosa, o tecto está numa situação problemática e já estivemos algumas vezes na câmara, mas nos mandam esperar. E como não temos condições para fazer nenhuma intervenção, a solução é aguardar e esperemos que não seja tarde de mais”.
EC