Depois de vencer, no dia 09 de Outubro, o prémio de Melhor Curta Documentário no Festival Pan-Africano de Cinema de Londres, “Sumara Maré” da realizadora e produtora cabo-verdiana, recebeu este fim-de-semana, 23 uma menção especial do júri para curta-metragem documentário no Festival Internacional de Cinema Pan-Africano de Cannes.
Numa publicação na sua página de Facebook, Samira Vera-Cruz mostrou-se surpresa e honrada pela distinção. “Não consigo nem encontrar palavras para expressar meus sentimentos, agora Festival Film PanAfricain CANNES!!!! O que?”, atirou a jovem realizadora, que vem acumulando prêmios e distinção com este documentário.
Samira Vera-Cruz agradeceu ainda, toda a equipa envolvida no projecto, que narra a destruição ambiental através das performances de Betty e de Ondiana, mãe e filha, em conjunto com as vozes das mulheres que apanham areia para sobreviver, Chepa, Tina e Patrícia – mostrando o seu impacto na natureza, na sua saúde e na economia. Um depoimento forte do que ainda acontece nas ilhas de Cabo Verde, o seu efeito imediato e o impacto tanto no arquipélago como no mundo.
A curta-metragem Sumara Maré já foi exibida em vários países e já rendeu à cineasta cabo-verdianos também os prémios de Melhor Roteiro no BEE Film Festival no Brasil.
Sumara Maré fez parte do Laboratório de Produtores do NEWF — uma iniciativa da África Refocused (uma colaboração entre o NEWF e a National Geographic Society) e foi financiado pelo NEWF e pelo Accelerator Lab do PNUD.
Natural de São Vicente, Samira Vera-Cruz é uma jovem realizadora e produtora cabo-verdiana, licenciada em Cinema, com especialização em Comunicação Internacional pela American University of Paris (França), tem experiência na produção audiovisual em Cabo Verde e Angola.
Fundou a Parallax Produções, sua produtora, lançando-se no mercado com produções próprias. De regresso a Cabo Verde em 2016, estreia como realizadora com sua primeira curta-metragem Buska Santu, exibida em vários festivais e ganhadora do prêmio de melhor ficção no Festival Oiá, 2017 (Mindelo, Cabo Verde).
Samira Vera-Cruz foi a vencedora do Concurso de Curtas-Metragens 25 anos dos PALOP-TL, em representação de Cabo Verde, o que lhe permitiu realizar o seu primeiro documentário de curta-metragem – Hora di Bai, com estreia mundial em Maputo, Moçambique.
No final de 2017, estreou a sua primeira longa-metragem, Sukuru, um thriller sobre esquizofrenia e drogadição, feito inteiramente sem financiamento.
Foi selecionada para o Talents Durban 2019, durante o Durban International Film Festival, no qual participou com o seu projeto de documentário “E quem cozinha?”, com o qual ganhou o prêmio PR Consulting. No mesmo ano e com o mesmo projeto, participou na residência de escrita do FIDADOC, em Marrocos.
Em 2020, com o projeto de documentário “E quem cozinha?”, participou do Durban FilmMart e no Ouaga Film Lab, no qual ganhou os prêmios IDFA e World Cinema Fund/Goethe Institute.