FUTEBOL – Carlos Alhinho, treinador da Academia Carlos Alhinho, durante o Mundialito de Escolinhas Futebol 7, no Complexo Desportivo de Vila Real Santo Antonio, em Vila Real Santo Antonio. Segunda feira, 2 de Abril de 2007. (ASF/CARLOS VIDIGAL JR)
Carlos Alhinho morreu há quase 10 anos, em Benguela, Angola, vítima de queda num fosso de elevador de um hotel. Volvida praticamente uma década, o julgamento do caso apenas teve início na ultima quinta-feira. Carlos Alhinho filho continua a reclamar para que o falecimento do pai não caia no esquecimento.
«O tempo que passou até agora é para mim incompreensível. Eu só quero ver este processo terminado», pede, desgostoso por o ministério público nunca ter concluído as investigações, desejando a condenação do hotel contra o qual moveu ação civil, em nome pessoal.
«Com certeza não será uma indemnização que vai reconfortar-me, mas, através de eventual verba, poderei dar continuidade aos projetos e ação social em Cabo Verde», expressa o filho do malogrado treinador, lembrando que Carlos Alhinho dera o seu nome a uma academia de futebol onde muitos miúdos se amparavam:
«A academia fechou há três anos. O único dinheiro que lá entrava era o do meu pai. Nunca tivemos patrocínios. Chegamos a ter mais de cem miúdos a praticar futebol, e nem todos eram pagantes. Foi parte de um trabalho de ação social que foi iniciado mas que, por falta de verba, foi forçosamente interrompido».
«O amor e o respeito que o senhor meu pai sempre teve por Angola não foi o mesmo que Angola teve por ele», completou, lembrando ter perdido a sua maior referência.
Recorde-se que Carlos Alhinho, antigo jogador de Benfica, Sporting e FC Porto, também internacional português por 15 vezes, desapareceu aos 59 anos, em maio de 2008, numa altura em que se preparava para assinar contrato pelo 1.º de Maio.
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