A Cabo Verde Telecom, através da operadora CVMovél, encontra-se preparada para avançar com a Internet 4G mas aguarda, desde o início do segundo trimestre, pelo avanço de uma proposta de licenciamento por parte da reguladora.
De acordo com a Inforpress que cita o Presidente do Conselho de Administração da Cabo Verde Telecom, José Luís Livramento, durante a Feira Internacional de Cabo Verde – FIC, encerrada na noite de domingo no Mindelo, o atraso no avanço do concurso para licenciamento da Internet da quarta geração de telefonia móvel (4G), inclusive, “deu prejuízos à CVMóvel” na “planificação dos investimentos”, já que continuou a investir no 3G quando tinha condições para avançar com o 4G.
“Isto também prejudicou determinadas áreas do mercado como, por exemplo, a ilha de São Vicente, onde tivemos que retomar a ampliação da rede 3G porque a 4G não funcionou”, explicou o chefe da CV Telecom.
Do plano de investimentos, conforme apontou Livramento, a empresa adquiriu todos os equipamentos necessários, dispondo já da “vantagem de ser detentora de uma rede completa” de fibra óptica, “indispensável” à ligação da 4G à rede.
José Luís Livramento afirmou que Cabo Verde, neste momento, “está a perder em todos os sectores” devido a este atraso, isto porque há países, inclusive na sub-região africana que já estão a falar em Internet da quinta geração (5G) enquanto que Cabo Verde “continua preso à 3G”.
A regulação, segundo explicou, ainda tem elementos fundamentais para decidir, que passam primeiramente pelo modelo de acesso à licença da 4G que pode ser por leilão ou por compromissos assumidos juntamente com o desenvolvimento da sociedade de informação.
“Achamos que não deve ser por leilão, ou seja, não se deve cobrar um montante para dar o licenciamento, mas sim impor um compromisso ao desenvolvimento da sociedade de informação o que seria vantajoso para todo o país”, defendeu.
Outras questões que a reguladora terá ainda que decidir são as bandas de frequência em que deverá operar a rede 4G e ainda o número de operadores que podem concorrer à licença, isto porque, segundo José Luís Livramento, o mercado é “muito pequeno” para as duas operadoras que estão no terreno e não haverá lugar para uma terceira.
“Nós estamos atrasadíssimos e eu até sinto vergonha quando nas reuniões internacionais tenho que dizer que ainda não temos a 4G, quando a encontramos aqui perto na Guiné-Bissau ou no Senegal”, afirmou o responsável da CV Telecom, que aponta que a maioria dos problemas de conectividade deve-se à ausência da rede 4G.
Garantiu, por outro lado, que a empresa está preparada quer na área de marketing, ou seja, dos produtos a oferecer no âmbito da 4G, quer da rede tecnológica, tanto é que durante a FIC, o público teve oportunidade de experimentar a rede de quarta geração.
“É um avanço que vai beneficiar a economia, a sociedade, os artistas e todo o ambiente de consumo do cabo-verdiano”, concluiu o responsável da CV Telecom que espera num posicionamento “mais célere” da Agência de Regulação Económica (ANAC).
A tecnologia Internet 4G apresentada em 2008 consegue, na sua fase mais avançada, alcançar uma largura de banda em que se atinge a velocidade de até um ‘gigabyte’ por segundo, enquanto que a 3G só consegue ‘megabytes’ por segundo.
A velocidade de transmissão de dados entre estas duas tecnologias, segundo especificou José Luís Livramento, é de uma diferença “crucial” pois, sustentou, enquanto a rede 3G actua com velocidades a partir de 144 ‘kilobytes’ por segundo (kbps), a 4G tem velocidades que variam entre 100 mbps por segundo a 1 gbps, o que permite que os dados sejam trocados de forma “muito mais veloz, segura e constante”.
Fonte: Inforpress
Agência de Regulação Económica (ANAC)??????????